Confira essas curiosidades sobre Alberto Santos Dumont, o pai da aviação

Alberto Santos Dumont nasceu em 20 de julho de 1873, na Fazenda Cabangu, no município de Palmira, em Minas Gerais. O “pai da aviação” foi um brilhante cientista brasileiro, que ficou marcado na história mundial por seus inventos e engenhosidade.

Nesse artigo, caminharemos pela história de Santos Dumont, elencando fatos e curiosidades sobre o inventor.

Filho do “Rei do Café”

Os avós de Santos Dumont eram franceses – François Dumont e Euphraise Honoré. A família de joalheiros veio ao Brasil em busca de pedras preciosas e aqui tiveram 3 filhos, entre eles Henri (ou Henrique), pai de Alberto Santos Dumont.

Com o falecimento precoce de François, Henri vai estudar na Escola de Artes e Ofícios de Paris, com ajuda do padrinho e se forma engenheiro com apenas 21 anos. Ele então retorna ao Brasil, onde presta serviços para a prefeitura de Ouro Preto e também se casa com Francisca Santos em 1856.

Fazenda Cabangu, atualmente Museu, onde nasceu Santos Dumont
Fazenda Cabangu, atualmente Museu, onde nasceu Santos Dumont

Em 1872 começa a empreitada da construção da Estrada de Ferro Central do Brasil, se estabelecendo na fazenda Cabangu. Em seu aniversário de 41 anos, Henrique tem seu sexto filho, Alberto Santos Dumont.

Com a expansão do café através da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a fazenda de Henrique Dumont, agora nos arredores de Ribeirão Preto, se tornou moderna da América do Sul, com 5 milhões de pés de café, 96 quilômetros de ferrovias, sete locomotivas e com o fazendeiro sendo reconhecido como “O Rei do Café”.

Infância inventiva e literária

Santos Dumont, desde pequeno, tinha muita curiosidade em relação ao voar. Suas leituras preferidas confirmam ainda mais esse fato, pois entre seus livros preferidos estavam “Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Cinco Semanas Num Balão” e “Da Terra à Lua”, do escritor francês Júlio Verne.

Ele tinha o costume de observar as nuvens suspensas no espaço, as aves deslizarem no ar e fazia experiências com balões nas festas juninas. Construía pipas exóticas e chegou a montar pequenas aeronaves movidas a elástico e hélice.

Primeira ida à Paris e Emancipação

Em 1890, o pai de Santos Dumont sofre um acidente e se torna hemiplégico (tem um lado do corpo paralisado). A fim de buscar tratamento, ele vende a fazenda e parte com a família para Paris.

Santos Dumont e o primeiro carro dirigido na América do Sul
Santos Dumont e o primeiro carro dirigido na América do Sul

Lá, Alberto Santos Dumont tem seu primeiro contato com motor a petróleo e se encanta. Em 1891, ele retorna ao Brasil com um automóvel fabricado pela Peugeot e se torna o primeiro homem a dirigir um carro na América do Sul. Também nesse retorno, seu pai resolve emancipá-lo e lhe entregar sua herança, para que pudesse estudar. Assim, Santos Dumont retorna à Paris, durante a Belle Époque, para se desenvolver em matemática, física, eletricidade e mecânica.

Personalidade e Aparência

Santos Dumont era um homem de baixa estatura, tendo entre 1,55m e 1,60m e bem franzino. Por esse motivo, usava sapatos de sola grossa e um chapéu de copa alta, para parecer mais alto. Sobre sua personalidade, era temperamental, competitivo e extremamente vaidoso.

Segundo alguns estudiosos, nos dias atuais, seria considerado um “marqueteiro”, pois tomava ações incomuns na época, para conquistar a opinião pública. Entre elas, em 1900, doou um prêmio de 100 mil francos aos pobres de Paris. Em 1903, também em Paris, estimulou que a americana-cubana Aída d’Acosta se tornasse a primeira mulher a pilotar um dirigível. No mesmo ano, desceu com seu balão número 9 no meio de uma corrida de cavalos. Também inovou ao levar um menino americano de dez anos a um passeio aéreo e depois promover o primeiro voo noturno.

Desbravando os céus – As invenções de Santos Dumont

Sem dúvidas, a maior contribuição de Santos Dumont para o progresso tecnológico é o conhecido 14 Bis, mas antes de seu primeiro avião, ele desbravou os ares através de balões.

Os 5 primeiros balões foram tentativas de Santos Dumont para criar algo que pudesse ser dirigível. Depois de testes em voos erráticos, ele começou a utilizar motores à gasolina para tentar controlar as aeronaves. Em seu 6º balão, ele foi condecorado com o prêmio Deutsch. O objetivo era circundar a Torre Eiffel, saindo do Parque Saint-Cloud, e voltar ao ponto de partida em 30 minutos, demonstrando a dirigibilidade do balão.

"Charuto Voador" - Um dos dirigíveis de Santos Dumont
“Charuto Voador” – Um dos dirigíveis de Santos Dumont

No dia 19 de outubro de 1901, com o balão n.º 6, com 33 metros de comprimento, 6 metros de diâmetro e equipado com um motor de 16 cavalos, às 14h42, Santos Dumont iniciou a jornada de 11 quilômetros. Com uma velocidade média de 22 km/h e a 300 metros de altura, o dirigível fez o percurso e retornou ao ponto de partida em 29 minutos e 30 segundos, tendo como testemunhas cerca de 30 mil pessoas, entre elas os membros da comissão do Aeroclube. O feito foi notícia em todo o mundo e Santos Dumont virou celebridade global, o Rei do Ar”.

O 14 Bis também foi um capítulo em sua história motivado por competição. Filantropos promoveram uma aposta que premiaria uma aeronave que decolasse e pousasse por meios próprios, sem o auxílio do ar, como eram os balões. No dia 12 de novembro de 1906, às 16h45m, Santos Dumont decolou do Parque de Bagatelle, em Paris, pilotando o avião 14 Bis, com um motor de 50 cavalos. Com uma altura de 6 metros, voou 220 metros. Para aterrizar, Dumont desligou o motor para perder potência e guiou o 14 Bis, quando a asa direita tocou no solo, sofrendo algumas avarias.

Santos Dumont no voo do 14 Bis
Santos Dumont no voo do 14 Bis

Depressão, morte e homenagens

Santos Dumont acabou sofrendo um acidente em uma de suas invenções e dado o risco para sua saúde, sendo portador de Esclerose Múltipla, retornou ao Brasil. Ele entrou em depressão profunda quando o avião passou a ser usado em guerras, chegando a solicitar à Liga das Nações que isso fosse proibido.

Em 23 de julho de 1932, com 59 anos, comete suicídio no banheiro do Grand Hôtel de La Plage, na cidade balneária de Guarujá, em São Paulo. Após seu falecimento, recebeu diversas homenagens, como o nome de sua cidade natal ser alterado para Santos Dumont.


Esse foi o nosso artigo sobre a vida de Santos Dumont, um inventor que contribuiu para o progresso, não somente no Brasil, mas em todo o mundo.

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