Venha relembrar do Polystation, a famosa versão alternativa do PlayStation nos Anos 90

Polystation-Introducao
Polystation: Relembre o console e seus principais jogos 6

Estamos na segunda metade da Década de 90 e você, no auge da sua infância, estava encantado(a) pelo novíssimo PlayStation, o videogame mais potente até aquele momento. Saía do colégio correndo direto para a Locadora mais próxima jogar Crash, Driver, Tomb Raider ou qualquer CD disponível para o console. Alguns amigos seus inclusive já começaram a ganhar os seus PlayStations e falam maravilhas daquele Winning Eleven que parece que você está assistindo televisão de tão realista.

Eis que você decide então passar o ano inteiro implorando para os seus pais para ganhar o seu videogame, que na época custava caríssimo. Até que finalmente chega o seu aniversário (ou o Natal) seu pai adentra o seu quarto com uma caixa grande e colorida. Você olha rapidamente a imagem daquele console cinza e já começa a pular de alegria, abraçar os seus pais e até mesmo chorar de emoção. Então, explodindo de ansiedade, você abre a caixa e… encontra um Polystation!

Milhares de pessoas que viveram esse tempo se lembram exatamente da sensação de decepção que foi ganhar esse console ao invés do poderoso “Play 1”. Olhando o console hoje, você para e pensa igual ao Vegetta de Dragon Ball Z: os miseráveis que inventaram esse videogame paralelo são uns verdadeiros gênios do marketing. O nome, a caixa, o design… é tudo praticamente idêntico! Para os nossos pais, que não entendiam nada de videogame num período onde a internet ainda não era acessível na maioria dos lares brasileiros, era fácil ser enganado com um preço extremamente mais baixo que o console original. Mas, a culpa não é deles: nossos pais achavam que estavam fazendo a coisa certa.

Polystation-Caixa
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Dito isso, afinal o que é o Polystation então? O console produzido na China, enviado por meio de contrabando para o Paraguai e revendido aqui nos camelôs do Brasil nada mais é que um clone do NES, o famoso Nintendinho 8 Bits (Famicom, no Japão). Apesar da tampa de um suposto leitor de CDs, o Polystation, na verdade, tinha uma entrada para cartuchos de 60 pinos tal qual o NES original. Ou seja, ao invés do poderosíssimo console de 32 bits e gráficos poligonais da Sony, você ganhava uma cópia piorada do principal console da geração retrasada, em 8 bits.

Mesmo com a semelhança física absurda, a qualidade do plástico externo do Polystation era bem baixa, mal feita e de fácil danificação. A promessa de áudio Estéreo presente na caixa era apenas mais uma fake news, já que era aquele som Mono bem basicão. Os controles até possuem os 14 botões padronizados do PS 1, mas muitos deles eram só enfeite porque nem todos os botões tinham função. Fora o cabo curto que obrigava você a ficar bem pertinho do console, estragando a nossa experiência (e a nossa vista também).

O desenvolvimento desses consoles piratas era baseado no chip do sistema do NES (o NOAC) que permitia que a placa-mãe do console fosse reduzida a um tamanho bem menor e mais acessível para modificações. Isso inclusive permitiu que o Polystation tivesse 4 versões mais populares, cada uma imitando o design de uma das edições do PlayStation. E o grande atrativo eram mesmo os preços: enquanto Nintendo 64 e PlayStation custavam respectivamente R$659,00 e R$900,00; o queridíssimo clone era vendido a R$99,99 em qualquer lugar, até em “Lojas de R$1,99”, quando o salário mínimo era de R$180,00.

Polystation-Tampa-Aberta
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Entretanto, para finalizar a tristeza de se ganhar um Polystation, ele não era nem um Nintendinho disfarçado. Era uma cópia piorada, com menor potência de processamento, menos qualidade gráfica e sonora, somado a jogos que eram cópias malfeitas dos grandes títulos. Como dissemos, emular não era algo simples nesse período e nada era licenciado nesse projeto, por isso era raríssimo encontrar de fato uma versão real de um jogo original.

O grande atrativo dos cartuchos coloridos (geralmente amarelos ou verdes) eram a quantidade prometida de jogos: os famosos “99 jogos em 1”. Logicamente, não tinham mais do que 20 jogos por cartucho, até pela limitação de espaço do próprio hardware. O preço dos cartuchos do Polystation variavam entre R$5,00 e R$10,00, além dos famigerados games salvos na memória do próprio console. Cópias alternativas de Super Mario Bros 3, Duck Hunt, Snowfield Shot e Street Fighter II eram comuns de se encontrar, óbvio com personagens e fases bem modificadas.

Caso você queira matar saudades do Polystation e reviver essa nostalgia paralela, é possível comprar o console em marketplaces digitais por valores entre R$100,00 e R$700,00, a depender do modelo. Existem cartuchos disponíveis para compra separadamente também. Porém, verifique a procedência (se possível) da loja para não ser novamente surpreendido por esse videogame tão marcante, o primeiro console de muita gente por aqui inclusive. Você pode acabar recebendo uma versão diferente ou não funcional. A menos que o intuito de uma nova decepção com o Polystation faça parte da experiência que você deseja.

Polystation-Cartuchos
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Essa foi a viagem no túnel do tempo para contar o fenômeno que foi o Polystation no mercado de consoles brasileiro. Você teve esse console? Tem algum jogo que te marcou? Conte para nós aqui na Seção de Comentários desse artigo. De bônus para você, confira o vídeo abaixo com os 10 jogos de Polystation que todo mundo já jogou.

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