Descubra quais são as principais características do Relativismo Cultural
► O que é Relativismo Cultural?
Um dos conceitos antropológicos que ganharam mais força nas últimas décadas foi o Relativismo Cultural, que nos apresenta uma visão de que cada grupo social possui uma cultura própria que não é nem superior e nem inferior a nenhuma outra. Tem sido adotado como um dos principais pilares dos pesquisadores culturais no mundo inteiro, evitando que haja pré-julgamento de valores sobre os objetos de estudo. Assim, eles podem compreender mais profundamente as singularidades de cada povo e propõe a valorização de manifestações historicamente excluídas ou rebaixadas.
Em resumo, é passar a olhar para culturas que foram marginalizadas historicamente e ressaltar a sua riqueza e suas contribuições para a humanidade. Por exemplo, povos indígenas e africanos infelizmente sempre estiveram à margem da sociedade por diversos motivos sociais, políticos e econômicos. Por isso, suas culturas por séculos não foram reconhecidas, em alguns momento inclusive sendo até proibidas ou extintas. Adotando o Relativismo Cultural, compreendê-las e destacá-las passa a ser uma missão para os estudiosos.
A origem desse pensamento veio do antropólogo Franz Boas. Ele foi um dos primeiros pesquisadores a criticar o modelo vigente de organização hierarquizada das culturas mundiais. Sendo também um ativo combatente contra movimentos opressores históricos, como o Nazismo, Franz Boas apresenta o seu conceito como uma síntese de boas práticas e uma mudança de visão e foco acadêmico, mostrando que existe valor em outros povos e culturas que nunca receberam a devida atenção da sociedade.
► Diferença para o Etnocentrismo
Até o surgimento do Relativismo Cultural, os estudos sociais sempre foram pautados em conceitos que seguem padrões europeus, como o Positivismo e o Etnocentrismo. Esses pensamentos tem como foco as culturas européias como sendo o “ponto de partida” da visão acadêmica, como se fossem as únicas ou ao menos as mais importantes do mundo.
Isso desconsiderou por séculos as outras visões de mundo e excluíu tudo que não tivesse origem na Europa dos debates e estudos. Graças a esse tipo de pensamento totalmente equivocado, as nações mais fortes do “Velho Continente” se acharam no direito de colonizar outros povos, já que eles eram classificados como sem cultura, primitivos e inferiores. Com o tempo, essa visão errada deu origem a diversas ideias discriminatórias como o Racismo e a Xenofobia, e serviu de base para tristes genocídios como o Apartheid e o Holocausto.
► Aplicações e dificuldades do Relativismo Cultural
Como ressaltamos anteriormente, é fundamental adotar o Relativismo Cultural na busca por mais igualdade, diversidade e representatividade de todos os grupos da nossa sociedade. Só para ilustrar, graças a essa visão que atualmente é possível termos mais conhecimento sobre os diferentes gêneros e diferentes interações amorosas entre as pessoas, legitimando esses tópicos em debates.
Entretanto, existe um ponto negativo nessa maneira de pensar que pode, muitas vezes, validar práticas ruins e violentas. Um exemplo bem claro disso: existem inúmeros países que condenam a homossexualidade como crime, por ser uma parte da cultura daquele povo. Então, seguindo o Relativismo Cultural, não podemos julgar nem interferir nessas práticas, já que são parte dos elementos tradicionais desses povos.
Por esse e alguns outros motivos que o Relativismo Cultural é criticado por pensadores que adotam outras linhas de pensamento. Discussões sobre esse tema costumam ser recorrentes, já que acadêmicos desses pensamentos opostos não conseguem chegar a um “meio-termo” de visões tão antagônicas.
Esse foi o Relativismo Cultural explicado em 3 tópicos. Na opinião da Equipe Artcetera, é uma visão bem válida para promover a igualdade, porém ainda é preciso evoluir certos aspectos para que se torne de fato uma visão completa e sirva de base para a construção de um mundo mais inclusivo e justo.
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