Relembre as situações vividas quando éramos criança para jogar no Fliperama
O Artcetera orgulhosamente levará você para mais uma viagem ao passado, relembrando coisas marcantes da nossa infância. Iremos relembrar a época do Fliperama, máquinas presentes em diversos comércios como shoppings, bares, parques de diversão e feiras. Caso você não tenha vivido essa época, em resumo o fliperama é uma estrutura de madeira que contém um computador para rodar jogos de videogame, além de um monitor e uma mesa com 1 ou 2 controles embutidos.
Para rememorar essa época de ouro dos games, entre 1980 até meados dos anos 2000, listamos nesse artigo as 5 coisas que você fazia no Fliperama. Falaremos não apenas atitudes na frente da máquina em si e no local das jogatinas, mas também de situações que envolviam conseguir ir até lá. O critério de seleção desses tópicos é exclusivamente pautado nas experiências pessoais relatadas pelos membros da Equipe Artcetera. Sem mais explicações, vamos lá!
1 – “Roubar” o troco para jogar
Começando com a situação mais clássica da vida de uma criança dos anos 80 e 90: quem nunca ficou com o troco do pão ou do mercadinho e guardou para ir jogar fliperama? Nessa época, pela violência urbana não ser tão grande quanto é atualmente, diversas vezes nossos pais nos pediam para ir até a padaria ou ao mercadinho perto de casa para comprar algo que estava faltando em casa, como pão, leite e óleo. Geralmente, o dinheiro que nos era dado era contado. Ou seja, a quantidade de dinheiro físico que carregávamos era apenas o suficiente para a compra desses produtos em falta.
Contudo, para a nossa alegria, às vezes ocorria uma promoção especial de algum produto que fazia o preço cair um pouco (alguns centavos). Essa diferença fazia com que voltássemos pra casa com algumas moedas de troco no bolso. Claro que, em várias das vezes, ao chegar em casa éramos honestos com nossa mãe e pai, devolvendo o troco. Mas, estaríamos mentindo se disséssemos que nunca contamos uma mentirinha, dizendo que não sobrou troco para guardar aquelas valiosas moedinhas e gastá-las totalmente comprando fichas de fliperama. Era errado? Com certeza! Mas, era na inocência de se divertir com os amigos.
2 – Não desistia até zerar o jogo
Esse é um hábito que muitas crianças hoje estão perdendo, infelizmente. Quando jogávamos fliperama, cada máquina possuía apenas um jogo. Tem bairros e cidades que não tinham muitos fliperamas disponíveis na época (às vezes só um mesmo), então não restava muita opção senão jogar o mesmo jogo inúmeras vezes. Isso pode até parecer tedioso para os mais jovens, mas vale ressaltar que não tínhamos internet nesse tempo e os consoles eram extremamente caros. Muitas crianças só tinham no fliperama a sua única opção de diversão digital, e para usufruir ocasionalmente, pois custava dinheiro para jogar.
Sendo assim, criávamos diversas maneiras diferentes para se divertir com o mesmo jogo. O primeiro objetivo era logicamente zerar o jogo, e isso por si só já era um desafio imenso. Por termos uma quantidade bem limitada de “continues”, representados pelas fichas que compramos, era preciso ser muito bom no jogo. Então, após inúmeras tentativas e erros, acabávamos ficando realmente habilidosos. Os demais objetivos variavam desde fazer a maior pontuação no jogo possível até zerar com apenas uma ficha ou vencer todas as partidas contra os adversários em pequenos campeonatinhos organizados na hora por nós mesmos. Se houvesse um cenário competitivo naquela época tipo os e-Sports são hoje, certamente inúmeros potenciais profissionais seriam descobertos.
3 – Os pais não deixavam a gente ir ao fliperama
Assim como já foi dito na introdução desse artigo, as máquinas de fliperama se encontravam nos mais diversos e aleatórios lugares de comércio. Os locais mais populares onde havia essas máquinas era em rodoviárias e bares, dois locais perigosos para uma criança frequentar sem a presença de um adulto responsável. O mais comum de irmos eram os bares, pois era mais fácil de encontrar um próximo à sua casa que tivesse uma máquina. Sim, nós enquanto crianças corríamos para jogar videogame em um local onde o uso de álcool e tabaco é abundante e, às vezes, a presença de indivíduos armados ou garotas de programa se fazia presente.
Obviamente, a nossa inocência de criança nem imaginava esses tipos de perigo, pois víamos o bar como um local onde tinha videogame e apenas isso. Queríamos só jogar e nada mais importava. Então, justamente por ser um ambiente inapropriado para nós enquanto crianças, nossos pais insistiam para não irmos a esse tipo de lugar perigoso. Como sempre acabava da gente ir lá mesmo assim, eles brigavam conosco, nos batiam e/ou nos colocavam de castigo por ir ao bar jogar videogame. É claro que eles queriam o nosso bem, mas não demorava muito até a gente retornar ao local para mais jogatinas “proibidas”.
4 – Sempre tinha o lado preferido da máquina
Fazendo conexão com o tópico anterior, como as máquinas geralmente ficavam em lugares que não eram especializados em videogame, não era incomum encontrar um fliperama onde algum botão ou o joystick não funcionava corretamente devido à falta de manutenção. Então, todo jogador de fliperama que se preze tinha o seu lado favorito da máquina para jogar. Usávamos muito isso principalmente quando jogávamos com alguém que era novo e não conhecia bem a máquina. E quando a disputa era entre dois conhecedores da situação, a derrota já era automaticamente acompanhada pela desculpa do “só ganhou porque eu tava do lado ruim”.
Mas, quando havia um fliperama onde tudo estava funcionando corretamente, não era raro que você tivesse um lado preferido (o tal “lado da sorte”), sobretudo quando se tratava de jogos de luta. A gente treinava tanto de um mesmo lado que acabava automatizando a execução dos golpes jogando do lado mais usual. Para você ver que desculpas de perdedor, manias e superstições no mundo dos games é algo muito mais antigo do que parece…
5 – A máquina “engolia” as fichas
Para finalizar a nossa saudosa seção de nostalgia com fliperama, nada mais comum e triste ao mesmo tempo, do que a situação da máquina “engolir” a sua ficha. Contextualizando mais uma vez para você leitor que não sabe do que estamos falando, o fliperama funcionava com o uso de fichas. Eram círculos feitos de metal com um formato que encaixava com um buraco que o fliperama possuía (parecido com à chave da sua casa com a fechadura dela). Então, você precisava inserir as fichas ali para jogar, sendo que cada ficha era um crédito no jogo, um “continue” que você tinha.
O que acontecia era que, muitas vezes, o mecanismo do fliperama não reconhecia a inserção de alguma ficha e, assim, não contabilizava o seu crédito. Então, em completo desespero, tentávamos de tudo: inserir outra ficha pra ver se contava 2 créditos, balançava e batia na máquina pra ver se desemperrava a ficha potencialmente presa no caminho… até que, enfim, tínhamos que chamar o dono do estabelecimento para tentar inserir um novo crédito para nós. A maioria fazia isso tranquilamente, mas sempre tinha uma pessoa de coração das trevas que achava que estávamos mentindo para conseguir mais uma rodada de gameplay de graça. Sendo assim, perdíamos tristemente o nosso dinheiro e uma oportunidade preciosa de jogar mais uma vez pela maldade de um adulto ruim e a falha do sistema em reconhecer nossa querida fichinha.
Essas foram então as 5 coisas que você fazia no Fliperama. Se identificou com quantas delas? Teve mais alguma coisa que esquecemos de citar, mas que era super marcante na época? Conte pra gente aí embaixo, nos comentários deste artigo.
Para mais nostalgia, games, cultura, arte, entretenimento e outros assuntos interessantes, continue acessando o Artcetera e não perca nenhuma das nossas informações e opiniões. Obrigado pela leitura e fique com um vídeo dos 150 melhores jogos de fliperama. Até o próximo artigo!
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