As 10 obras de arte mais famosas que foram alvo de vandalismo ou protesto

Veja quais foram as obras de arte mais icônicas a sofrerem danos oriundos de atos de rebeldia

O que leva uma pessoa ou um grupo de pessoas a vandalizarem uma obra-prima de arte da Humanidade? Essa é a primeira pergunta que vem instantaneamente à nossa mente sempre que somos impactados por uma notícia de um ato rebelde contra uma pintura, escultura, monumento ou quaisquer outras manifestações físicas de Arte. E a resposta para esse questionamento geralmente possui uma lógica por trás, porém nem sempre satisfatória para a maioria da sociedade.

Motivações políticas costumam ser as mais comuns para supostamente justificar esses protestos, na maior parte dos casos recentes sendo realizados por ativistas climáticos buscando chamar a atenção do mundo para as causas que eles defendem. Porém, existem casos motivados também por outros interesses pessoais, sociais e de várias outras naturezas.

Para levantar o debate sobre a legitimidade ou não dessas atitudes radicais, decidimos trazer as 10 obras de arte mais famosas que foram alvo de vandalismo ou protesto.

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→ Pietà (Michelangelo) acertada por marteladas (1972)

Começamos nossa lista de obras de arte famosas que foram vandalizadas, temos a escultura renascentista Pietà, de Michelangelo, que recebeu 12 marteladas em 1972. O responsável foi o geólogo desempregado Laszlo Toth, que conseguiu arrancar o nariz e danificar a cabeça da representação de Virgem Maria.

Para a sorte da Humanidade, essa obra de arte sobreviveu ao ataque e pôde ser restaurada, em um processo que durou quase 1 ano. Atualmente, Pietà está exposta protegida por uma vidraça à prova de balas. Já o vândalo ficou internado em um hospital psiquiátrico, sendo deportado da Itália para o seu país (Austrália) depois de 2 anos.

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→ Mona Lisa (Leonardo DaVinci) pichada (1974)

Uma das obras de arte mais famosas de todos os tempos, Mona Lisa, já foi alvo de inúmeros ataques diferentes. Um dos que mais repercutiu deles foi a pichação sofrida em 1974, feita pela japonesa Tomoko Yonezu. A obra estava sendo levada até o Museu Nacional de Tóquio para uma exposição especial e isso gerou medidas específicas de segurança para controlar a multidão, entre elas impedir que pessoas com deficiências mentais pudesse visitar a obra (segundo eles, para proteger a obra).

Essa medida absurda foi duramente criticada pela população, levando a ativista que defendia os direitos das pessoas com deficiências a atacar a obra de arte. No fim, o Museu Nacional reservou um dia exclusivo para que pessoas com deficiência pudessem visitar a Mona Lisa, e Tomoko Yonezu apenas pagou 300 mil ienes de fiança, já que não conseguiu efetivamente danificar a obra em sua tentativa.

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→ Guernica (Picasso) pichada (1974)

Em 1974, Tony Shafrazi pichou a frase “KILL LIES ALL” na famosa obra de Picasso, Guernica, em uma de suas visitas ao Museu de Arte Moderna de Nova York. Isso porque ele protestava contra a injusta libertação de William Caley, um tenente do exército norte-americano que havia sido condenado pelo massacre de My Lai, durante a Guerra do Vietnã.

Ele foi obviamente acusado de danificar criminosamente a obra de arte e preso. O diretor do museu na época lamentou muito o ocorrido, mas celebrou que a espessa camada de verniz presente na obra serviu “como um escudo invisível”, facilitando a remoção do vandalismo, segundo palavras dele ao jornal New York Times.

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→ A Ronda Noturna (Rembrandt) esfaqueada (1975)

A Ronda Noturna, maior pintura de Rembrandt e finalizada em 1642, já foi vítima de uma faca de cortar pão. Esse ataque ocorreu em 1975, no museu Rijksmuseum em Amsterdã (Países Baixos). Segundo o vândalo, ele havia sido ordenado pelo “Senhor” para cortar um pedaço da obra, que resultou em danos de mais de 30 centímetros na obra de arte.

Os restauradores tiveram muito trabalho para restaurar a obra, em um processo que durou 4 anos ao todo. A obra voltaria a ser atacada em 1990, com o derramamento de um produto químico desconhecido em cima da pintura.

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→ Danaë (Rembrandt) molhada com um líquido ácido (1985)

Em 1985, um homem visitou o Museu Estatal Hermitage, em São Petersburgo (Rússia), e conseguiu desfigurar a pintura Danaë, de Rembrandt. Pelo odor pútrido sentido pelas pessoas e pela corrosão massiva à obra de arte, acredita-se que o produto químico despejado foi ácido sulfúrico. Apesar da incredulidade pública, a obra conseguiu ser totalmente restaurada após um meticuloso processo de restauração que durou 12 anos.

Vale ressaltar dois pontos sobre esse ato de vandalismo: primeiro, que a obra é uma das mais antigas do artista e era considerada a principal pintura do museu russo; segundo, o vândalo não apenas jogou ácido na tela, como também a esfaqueou na altura da barriga de Danaë. Por isso, o processo de restauração desta obra pode ser considerado quase que um milagre.

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→ A Fonte (Duchamp) literalmente urinada (1993)

Não faltaram tentativas de urinar na Fonte de Marcel Duchamp, justamente pelo mictório dadaísta ser visualmente convidativo a esse ato de vandalismo. O artista francês Pierre Pinoncelli conseguiu realizar tal proeza em 1993, quando a obra estava exposta em Nîmes (França). E ele não apenas urinou, como também danificou a peça com marteladas e escreveu o seu nome na lateral. Após a prisão e a fiança, ele foi solto. O que não o impediu de realizar o mesmo ato em 2006, agora em Paris.

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→ Budas Bamiyan (Século VI) destruídos pelo Talibã (2001)

Uma das obras de arte mais importantes da história do Afeganistão, os Budas Bamiyan datam do Século VI e possuíam mais de 30 metros, sendo esculpidos na encosta de penhascos e cercados de pinturas. Infelizmente, em 2001, o grupo terrorista Talibã simplesmente destruiu completamente as obras, as reduzindo apenas a fragmentos. Segundo esses extremistas, eles estavam se livrando de imagens de ídolos considerados como “deuses para os infiéis”, que iriam contra as suas crenças religiosas.

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→ Mulher Em Uma Poltrona Vermelha (Picasso) pichada (2012)

O estudante de arte da Universidade de Houston, Uriel Landeros, pichou em 2012 a imagem de um touro e a palavra “conquista” na obra de Pablo Picasso, Mulher Na Poltrona Vermelha. Pelo fato do estudante ter fugido para o México, a mídia não sabia dizer o que significava aquele ato de vandalismo.

Somente após a prisão (6 meses depois) e o fim do cumprimento da pena (2 anos de prisão), já em 2014, que Uriel explicou de fato o significado da sua atitude. Segundo ele, essa mensagem tem o significado político de crítica à colonização espanhola e portuguesa à América Latina de maneira violenta durante séculos.

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→ Os Girassóis (Van Gogh) molhado com sopa de tomate (2022)

Provavelmente, o protesto vandalista contra obras de arte mais famoso do mundo. Em 2022, vários grupo de ativistas climáticos iniciaram uma série de protestos na Europa danificando importantes obras de arte para chamar atenção à poluição e destruição do meio ambiente. O ataque que mais repercutiu ocorreu na Galeria Nacional de Londres, onde ativistas do grupo Just Stop Oil mancharam consideravelmente a obra Os Girassóis, de Vincent Van Gogh.

Por sorte, a pintura estava protegida por um vidro, na sendo danificada de fato, o que inclusive foi utilizado pelos ativistas como justificativa consciente do ato. Apesar da pintura ter sobrevivido, houve uma grande revolta popular contra esses grupos ativistas devido a este ato, sobretudo pela parte mais conservadora dos cidadãos de países europeus.

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→ Vênus Ao Espelho (Velázquez) acertado por marteladas (2023)

Finalizando nossa lista das 10 obras de arte mais famosas que foram alvo de vandalismo ou protesto, temos mais um protesto do grupo Just Stop Oil ocorrido na Galeria Nacional de Londres, dessa vez em Novembro de 2023 e contra a obra de arte de Diego Velázquez: Vênus Ao Espelho. Ao desferirem diversas marteladas na obra, os ativistas proferiam palavras de defesa à mulher e críticas ao machismo. Os dois ativistas envolvidos foram presos e a pintura seguiu para restauração imediatamente.

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Estas foram as 10 obras de arte mais famosas que foram alvo de vandalismo ou protesto. Infelizmente, não foram apenas essas as grandes produções artísticas que sofreram ataques graves. Pensando em conservar o que não foi danificado, se você tem curiosidade de saber como se restaura obras antigas, confira o vídeo abaixo.

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