Por acaso, você já ouviu falar que alguns artistas literalmente pagam para ter suas criações no topo das listas do Spotify? Mas esse “jabá 2.0” parece estar com os dias contados, graças ao NFT de música. Afinal, essa tendência está revolucionando a indústria fonográfica, contando com o apoio das novas tecnologias.

Aliás, vale lembrar que a inovação sempre foi uma mão na roda nesse mercado, o que vai além da música eletrônica. Hoje em dia, temos muitas formas de produzir e “consumir” as expressões artísticas e as experiências únicas que elas trazem à tona. E é justamente sobre isso que falaremos no post: a criação de selos digitais únicos, por meio dos NFTs.

Pensando nisso, te convidamos a fazer uma imersão pelo universo do NFT de música. E isso vale tanto para quem cria e divulga as produções, quanto para quem “consome” como fã. Por sinal, aqui vai um spoiler: é possível se tornar um “sócio” dos artistas que já estão surfando nesta nova onda da indústria fonográfica. Quer descobrir como? Vem com a gente! 

5 questões para entender o que é NFT de música de uma vez por todas

Se você está curioso em saber como funciona o NFT de música, a espera finalmente acabou. A seguir, explicaremos os conceitos ligados ao non-fungible tokens, assim como sua relação com o mercado musical e quais são os artistas que estão surfando nessa onda. 

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1. O que é NFT?

NFT é a sigla para non-fungible token, que, em português, se traduz como token não fungível. Na criptoarte, por exemplo, essa é uma forma de criar códigos eletrônicos únicos e insubstituíveis, que são anexados às obras, inclusive nas produções musicais.

Quando se gera um NFT, tem-se uma espécie de “documento” com os detalhes que  tornam aquela obra única. Além disso, é importante ressaltar que o NFT de música tem uma tecnologia de autenticação da produção, cujo valor agregado vem dos seguintes pontos:

  • unicidade: cada NFT é único, sendo que não há dois tokens iguais dentro dos smart contracts;
  • imutabilidade: não se pode alterar os metadados de um token, pois são protegidos por criptografia;
  • raridade: por ser único e impossível de se copiar, um NFT tende a ser raro e emitido de forma limitada; 
  • direitos autorais: o copyright pode ser vendido a critério do dono, com plenos direitos comerciais;
  • coleção: pode-se colecionar criações e itens ligados aos artistas ou revender as obras para gerar renda;
  • comercialização: os NFTs permanecem disponíveis para a compra e venda, sempre que o detentor atual quiser.

Logo mais, traremos alguns exemplos para facilitar o entendimento sobre o que é NFT de música. Então, siga conosco para compreender como os non-fungible tokens funcionam na prática.

Artcetera - perfil Spotify

2. Como funciona um NFT?

Existem muitos NFTs, mas aqui falaremos das músicas que são produzidas e divulgadas no ambiente digital, via contratos inteligentes (smart contracts). E isso acontece por meio da tecnologia de blockchain, que é usada em criptomoedas como o Bitcoin e o Ethereum. 

Para facilitar, pense em alguém que quer comprar os direitos autorais de uma música. No processo, haverá o registro público da transação financeira, o que gera uma reação em cadeia e garante que ninguém possa alterar os dados, tal como mostra esse infográfico: 

NFT de música - blockchain

Fonte: Fintech

3. Quais as vantagens do NFT na música?

Essas são as principais vantagens de investir no NFT de música:

  • valorização dos artistas, inclusive os que produzem de modo independente (e não apenas no estilo Indie);
  • monetização para aumentar a receita dos músicos e/ou das pessoas que têm os direitos autorais; 
  • registro dos contratos artísticos, o que traz mais transparência, credibilidade e segurança;
  • chance de lucrar com a valorização financeira das moedas digitais que estão atreladas aos NFTs;
  • possibilidade de colecionar itens raros, a exemplo do prêmio Leão de Ouro da Katy Perry;
  • acesso dos fãs às obras de seus artistas preferidos, podendo adquirir os direitos das músicas;
  • facilidade para lançar as criações (até no TikTok), sem depender de gravadoras e plataformas de streaming;
  • conexão entre as expressões artísticas, como artes plásticas e música, com projetos realizados em conjunto.

4. Qual é o impacto do NFT na música e nas artes em geral?

Dizem por aí que o NFT de música é o “novo Napster”, uma questão que foi levantada pela Forbes. Isso porque não há a antiga dependência das gravadoras para fazer projetos como o “NFT Yourself”, o que foi destacado na fala de Nathan Followill, baterista do Kings of Leon.

Em paralelo, a comparação com o Napster (aquela velha polêmica da pirataria) vem nesse ponto da matéria:

“Se negociados de forma eficiente, os NFTs oferecem a facilidade e a onipresença da distribuição pela internet (como no Napster), mas com proteção de direitos digitais integrada (como no iTunes).”

Por esses e outros motivos, o InfoMoney segue a mesma linha de que os NFTs de música ameaçam o reinado do Spotify. Nesse sentido, o portal informa a seguinte análise do Saxo Bank:

“O crescimento de alternativas descentralizadas fará o Spotify desvalorizar até 33% em 2022”.

Embora pareça uma ameaça para a indústria tradicional, essa pode ser uma oportunidade de se reinventar. Na história da música e da sociedade, a evolução fatalmente acontece com o passar do tempo. E isso não é diferente quando falamos de novas maneiras de se produzir, divulgar e “consumir” arte. 

5. Como registrar um NFT de música?

Se você está se perguntando “como tokenizar um NFT”, a resposta é: depende do blockchain. De acordo com a revista Exame, “o Ethereum é o blockchain mais utilizado para criação de tokens não-fungíveis”, embora ele não seja o único. 

Para ter seu NFT de música no Ethereum, é preciso ter:

“Uma carteira compatível com a rede que suporte tokens ERC-721 (o padrão para NFTs da Ethereum), como a MetaMask, Trust Wallet ou Coinbase Wallet.

Por volta de 50 a 100 dólares em ether (ETH). Se estiver utilizando uma carteira digital da Coinbase, você pode comprar ether diretamente na plataforma utilizando moedas fiduciárias, como o dólar. Se não, será necessário comprar ether em uma corretora de criptoativos.”

Depois de adquirir as unidades de ether, siga os seguintes passos:

  • escolha uma plataforma focada em NFT (OpenSea, Rarible, Mintable etc.), no caso do blockchain Ethereum;
  • conecte sua carteira digital e faça o upload do arquivo para transformá-lo no seu próprio NFT de música;
  • defina o preço e cadastre as informações da obra, inclusive para receber comissões em futuras revendas;
  • por fim, aguarde o período de registro informado pela plataforma e, depois, é só comercializar seu NFT.

Quais são as principais plataformas de NFT de música? 7 exemplos

Agora, falaremos sobre como ganhar dinheiro com NFT na música ou mesmo ampliar sua coleção. Para tal, confira 7 plataformas que trabalham com tokens não-fungíveis focados em valorizar a produção musical e tudo aquilo que gira em torno desse mercado:

1. Bored Ape Yacht Club (BAYC)

A coleção de NFTs do Bored Ape Yacht Club ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em vendas. Recentemente, foi a vez do Eminem entrar no BAYC, se juntando aos músicos Diplo, DJ Khaled, Martin Garrix, Post Malone e muitos outros.

Fun fact: o Business Insider revelou um “detalhe” sobre essa aquisição do astro do Hip Hop. O portal diz que “o Slim Shady comprou um Bored Ape Yacht Club NFT que se parece com ele por cerca de US$ 462.000”.

2. Royal

Invista nos artistas. Compartilhe o sucesso deles”. Esse é o mote da Royal, do DJ 3LAU, que se propõe a criar um ambiente para que os fãs possam “ter suas músicas favoritas”. Tanto o rapper Nas, quanto o The Chainsmokers estão bombando nessa plataforma, sabia?  

O próprio 3LAU vendeu mais de US$ 20 milhões em tokens digitais com uma edição limitada do álbum Ultraviolet. Juntamente com o artista surrealista SlimeSunday, o DJ comercializou 33 NFTs desse disco, com vídeos animados e sincronizados com suas músicas.

3. All Be Tuned

A brasileira All Be Tuned é voltada para as causas sociais, o que inclui o apoio aos artistas independentes. Na pandemia de Covid-19, por exemplo, muitos deles tiveram a renda prejudicada pelo cancelamento dos eventos, certo? Portanto, a plataforma proporciona uma maneira de gerar receita, com NFTs de músicas, álbuns e até venda de direitos autorais.  

E o melhor: além de possibilitar a continuidade do trabalho desses artistas, as ações sociais não ficam só no papel. Segundo a Exame, “o All Be Tuned destinará uma parte dos direitos de todas as músicas comercializadas na plataforma para projetos sociais e ambientais”. 

4. OpenSea

Em linhas gerais, o OpenSea é como um eBay dos NFTs. E não tem cobrado o “mint” para “cunhar a moeda”. Basicamente, essa é a emissão do token e sua inclusão no sistema de blockchain, o que torna mais acessível para os artistas. #freeminting

E, para conhecer melhor esse marketplace que permite a criação gratuita de NFTs, assista ao vídeo a seguir:

5. YellowHeart

Pela plataforma YellowHeart, a banda Kings of Leon se propôs a tocar sua música em  formato NFT direto no espaço. Para esse momento histórico, o hit escolhido foi “Time in Disguise”, a bordo da missão civil Inspiration 4.

6. Metaverse Agency

A agência de criptoarte Metaverse foi a escolhida para promover o projeto brasileiro “Chovendo no Cerrado”. Nele, a artista plástica Monica Rizzolli criou suas obras ao som da trilha sonora feita pela percussionista Lan Lanh junto com o DJ Deeplick:

NFT de música - chovendo no cerrado

Fonte: Correio Braziliense

7. Phomogram.me

Outra plataforma brasileira é a Phonogram.me, que visa “descentralizar o mercado musical” no país. Aqui, podem ser gerados tokens de “álbuns, músicas, direitos sobre o fonograma ou quaisquer produtos atrelados ao artista e sua música”.

Nesse ponto, acontece um “crossover entre o mundo digital e o real”. Por exemplo, a venda de um NFT dos direitos de um fonograma possibilita a arrecadação de dinheiro no mundo real. Ou seja, o comprador passará a receber os recursos relativos aos royalties deste NFT, como se fosse um tipo de sócio do artista.

Por exemplo, Hermeto Pascoal, um dos grandes compositores do Jazz brasileiro, fez um leilão nesta plataforma. E ele autorizou que o comprador da sua partitura #82 “grave execuções da música, inclusive para fins comerciais”. Naturalmente, é preciso dar o devido crédito ao autor, a fim de evitar problemas com o plágio, não é mesmo?

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25 artistas que já estão usando NFT e revolucionando o mercado musical

Ainda estava em dúvida se isso tudo realmente dá certo? Para esclarecer de uma vez por todas, veja 25 exemplos de artistas nacionais e internacionais que apostam no NFT de música:

  1. 21 Savage
  2. 3LAU
  3. André Abujamra
  4. Claudio Daueslberg
  5. deadmau5
  6. Deeplick
  7. Diplo
  8. Disclosure
  9. DJ Khaled
  10. Eminem
  11. Hermeto Pascoal
  12. Jason Derulo
  13. Katy Perry
  14. Kings of Leon
  15. Lan Lanh
  16. Martin Garrix
  17. Mike Shinoda
  18. Nas
  19. Pabllo Vittar
  20. Post Malone
  21. Steve Aoki
  22. The Chainsmokers
  23. The Weeknd
  24. Uno de Oliveira
  25. Urias

Enfim, gostou do amplo leque de oportunidades dos NFTs de música? E, se você conhece outro artista que está surfando nessa onda, que tal compartilhar as maneiras criativas de usar esse selo digital

Aqui na Artcetera, somos apaixonados pelas expressões artísticas em todas as suas manifestações. Em especial, valorizamos o trabalho de quem cria essas preciosidades, incluindo:

E, para encerrar o post com chave de ouro, confira esse vídeo feito por um especialista em direito digital. No fim das contas, não basta conhecer o NFT de música, visto que é essencial resguardar os direitos autorais de quem quer lucrar com tokens de fonogramas, ok?

Até a próxima!

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