Quem não gosta de samba, bom sujeito não é… é ruim da cabeça ou doente do pé”. Já ouviu o batuque dessa música em algum lugar? Então, vem conhecer a história do Samba brasileiro! Neste artigo, você vai conhecer as raízes de um ritmo que se tornou uma das paixões nacionais.

Aliás, a história do Samba teve muitas reviravoltas e batucadas para chegar até aqui. Hoje em dia, esse gênero musical é visto como um patrimônio cultural imaterial do Brasil. Contudo, houve um tempo em que tocar Samba dava cadeia mesmo. E por essa a gente não esperava!  ¯\_(ツ)_/¯

Então, vamos te contar 7 curiosidades desse ritmo que surgiu nas comunidades afro-brasileiras. Mas, antes disso, que tal fazer uma breve pausa e tirar o chapéu para as Damas do Samba? A seguir, confira o trailer do filme que retrata mulheres como a baiana Tia Ciata, que marcou a história do Samba de Roda no Rio de Janeiro. 

7 curiosidades da história do Samba pra contar na próxima Roda

Do primeiro Samba até se tornar um símbolo nacional: continue com a gente para conferir uma história marcante!

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1. O que é o Samba? 

Primeiramente, vamos começar explicando o que significa Samba. Muito além de um gênero musical e uma dança de roda, essa é uma expressão cultural do país. A partir dos batuques afro-brasileiros, nasceu um ritmo que também traz letras românticas e melódicas.

2. Onde surgiu o Samba? 

Segundo a revista Superinteressante, “o samba nasceu na Bahia, no século 19, da mistura de ritmos africanos. Mas foi no Rio de Janeiro que ele criou raízes e se desenvolveu, mesmo sendo perseguido”.  

Por incrível que pareça, os primeiros sambistas foram literalmente perseguidos pela polícia, em meados de 1920. Isso porque o ritmo musical já nasceu conectado com a cultura negra, em uma época cheia de preconceito. Antigamente, tocar Samba era considerado “vadiagem”, por uma suposta relação com a “bandidagem”. 

Anos depois, a história do Samba deu uma guinada, por volta da década de 1940. Nessa época, o gênero passou a ser visto como um símbolo nacional. Atualmente, temos até um Dia Nacional do Samba, que é comemorado em 2 de dezembro. E essa data foi escolhida para homenagear Ary Barroso, que compôs a Aquarela do Brasil.

3. Como surgiu o Samba?

Vale lembrar que o significado do termo “Samba” está ligado às danças tribais de origem africana. Na época do Brasil Colônia, havia muitos escravos vindos da África para cá. 

Logo, os acontecimentos que marcaram a história do país têm tudo a ver com as raízes do Samba. Ou seja, a batucada nasceu da união entre os ritmos africanos e o swing baiano, com um toque carioca, depois paulista e assim por diante. 

4. Quem é considerado o fundador do Samba? 

Realmente, é difícil dizer quem criou o Samba, pois esse gênero é uma construção coletiva do nosso povo. Mas podemos dizer qual foi a primeira partitura registrada no Departamento de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Nesse sentido, o primeiro Samba foi registrado pelo compositor Donga, que é a canção “Pelo telefone”. Logo na estreia, a música fez muito sucesso nas marchinhas de Carnaval de 1917, além de brilhar no auge da Era do Rádio em 1930.

5. Quais são as características do Samba?

Em entrevista à Superinteressante, o professor Eduardo Gudin diz que esse é “um dos ritmos mais ricos do mundo”. Afinal, “à medida que o Samba evoluiu, ele ganhou novos sotaques, novos modos de ser tocado e cantado”. 

De fato, esse é um gênero originalmente brasileiro, mas é preciso lembrar que ele vem de raízes africanas. Além disso, o Samba é marcado pelos seguintes instrumentos musicais:

  • pandeiro;
  • tantã;
  • violão;
  • agogô;
  • cuíca;
  • cavaquinho;
  • entre outros. 

6. Quem são os maiores nomes do Samba de todos os tempos?

No centenário deste gênero musical, o Jornal O Globo elegeu os 100 melhores Sambas da história. Nessa lista, temos canções de grandes artistas e grupos, incluindo:   

A propósito, as batucadas dos nossos tantãs incluem muitos outros nomes que fizeram a história do Samba, como:

E para você? Quem mais fez história entre os sambistas, compositores, carnavalescos e produtores? Por falar nisso, conta pra gente nos comentários para servir de inspiração nos futuros posts, ok? 😁

7. E quais os tipos de Samba?

  • Samba de raiz: aquele batuque de quintal ou a Roda de Samba do boteco
  • Samba urbano carioca: é o nome dado ao ritmo que se popularizou no RJ
  • Samba de roda: essa ramificação do Samba também está ligada à roda de capoeira
  • Samba-choro: une os elementos rítmicos e instrumentais do Samba e do Choro
  • Samba de breque: outro nome da mistura do Chorinho com a batucada sambista
  • Samba de gafieira: esse é um estilo da dança de salão, que vem do Maxixe
  • Samba-enredo: no Carnaval, ele “puxa” os desfiles das Escolas de Samba
  • Pagode: vem da geração de sambistas da década de 1980, no Rio de Janeiro
  • Bossa nova: tem elementos do Samba brasileiro e do o Jazz norte-americano
  • Partido-alto: se aproxima do batuque angolano, na modernização do Samba urbano
  • Samba-canção: vem do Samba urbano de 1930, com letras mais sentimentais
  • Samba-joia: o Sambão é um estilo mais romântico, que surgiu na década de 70
  • Samba de terreiro: nasceu nos terreiros (quadras) das primeiras Escolas de Samba. Por isso, também leva o nome de o Samba-de-quadra
  • Samba-reggae: combina o Samba brasileiro com o ritmo do Reggae jamaicano
  • Samba-rock: este gênero mescla o Samba com o Rock, o Jazz, o Soul e o Funk

Enfim, existem muitos outros nomes e subgêneros do Samba, que é um gênero original. Enquanto alguns desses termos enaltecem a riqueza do ritmo, outros são pejorativos, pois eram usados naquela época cheia de preconceito, lembra?

  • Samba-exaltação
  • Samba à moda agrião
  • Samba do barulho
  • Samba epistolar
  • Samba fonético
  • Sambalada
  • Sambolero

E, seja qual for o seu tipo preferido, aproveite para ouvir a nossa playlist de Samba no Spotify! 🎶

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10 músicas para batucar ao som da história do Samba

Por acaso, você gosta dos sons de percussão, pandeiro, cuíca, cavaquinho, reco-reco, surdo e daí em diante? Então, selecionamos 10 Sambas para você curtir essa batucada! 

1. Trem das Onze

O clássico de Adoniran Barbosa e dos Demônios da Garoa foi premiado no Carnaval carioca, em 1964. Por sinal, a letra de “Trem das Onze” faz referência ao Tramway da Cantareira e, também, ao bairro Jaçanã, em São Paulo.

2. Carinhoso

O maestro Pixinguinha nos brindou com uma das canções mais tocantes da Música Popular Brasileira (MPB). Com a letra de João de Barro, “Carinhoso” já embalou até um comercial de TV e, ainda, recebeu uma versão em inglês chamada “Love is like this”.

3. O Mundo é um Moinho

O cantor e compositor Agenor de Oliveira, o Cartola, nos presenteou com pérolas da MPB, a exemplo de “O Mundo é um Moinho”. De quebra, essa canção também foi regravada por grandes artistas, como Cazuza, Ney Matogrosso e Beth Carvalho.

4. Agoniza Mas Não Morre

Por falar em Beth Carvalho, chegamos à interpretação da rainha do Samba para a canção de Nelson Sargento. Em “Agoniza Mas Não Morre”, o compositor eternizou versos que retratam a história do Samba, como:

Samba agoniza mas não morre

Alguém sempre te socorre

Antes do suspiro derradeiro

Samba negro, forte, destemido

Foi duramente perseguido

Na esquina, no botequim, no terreiro

5. Meu Lugar

Já essa música de Arlindo Cruz enaltece as raízes deste gênero musical. Por exemplo, ele cita: “O meu lugar é caminho de Ogum e Iansã”, em referência às religiões de matriz africana.

6. Não Deixe o Samba Morrer

Na voz de Alcione, “Não deixe o Samba morrer” é uma ode ao legado do ritmo para a nossa identidade cultural. De mais a mais, a canção influencia muitos artistas, inclusive os que não são sambistas, como o Vitão.

7. Conversa de Botequim

Infelizmente, o grande cantor e compositor Noel Rosa morreu cedo, com apenas 26 anos. Mas não antes de nos presentear com 71 canções gravadas, que são preciosidades da música nacional. E isso inclui “Conversa de Botequim”, que é vista como uma “prodigiosa crônica dos cafés cariocas e seus folgados frequentadores”.

8. Alguém me Avisou

Pisando devagarinho”: foi assim que a Dona Ivone Lara se afirmou no mundo masculino dos sambistas. Além de clássicos como “Alguém me avisou”, seu dom de compor virou até mesmo um samba-enredo da Escola de Samba Império Serrano.

9. Se Acaso Você Chegasse

Finalmente, chegamos à canção de Elza Soares que é um dos grandes nomes da música mundial. Por sua vez, ela foi eleita como a cantora brasileira do milênio pela Rádio BBC, além de se destacar nas 100 maiores vozes da música nacional da revista Rolling Stone. 

10. Malando é Malandro, Mané é Mané

Para fechar com chave de ouro, vamos à parceria entre Bezerra da Silva e Neguinho da Beija-Flor. Nessa canção, eles fazem referência à “malandragem” geralmente ligada aos sambistas, mas não de um jeito negativo. Embora digam que o malandro “tem muito a aprender”, os artistas também retratam o “cara maneiro” e “que sabe das coisas”.   

Bônus: a versatilidade da história do Samba que marcou outros ritmos

Playlist com + 30 músicas para quem tem Samba no pé

Vamos curtir a música da nossa terra com a playlist [Samba] #2 Artcetera? No fim das contas, a dica também vale para quem “não samba, mas tem que aplaudir”, né?   

Se você gostou da história do Samba, aproveite para conhecer os estilos derivados desse batuque: Pagode, Bossa Nova e mais. Afinal, aqui na Artcetera, nosso coração bate no compasso de todas essas músicas.

Falando nisso, compartilha com a gente qual é a música que toca o seu coração? E, como diz o ditado: não fique triste, porque o Samba existe! 😁💚🪕

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