O mundo é diferente da ponte pra cá”. E, se você ainda não conhece essa rima, chegou a hora de dar um rolê pela história do Rap. Hoje, você vai descobrir como o Rhythm and Poetry (Rap) traz à tona a “força e o poder através do som”.

Muito além de uma expressão artística, esse gênero musical também é carregado de política e cultura. Nesse sentido, as letras têm uma forte pegada de crítica social, incluindo temas como racismo e violência. 

Por falar nisso, vamos começar com as “Histórias e rimas” que mostram a expressão de um ritmo “mais underground”. Nessa linha, confira o “olhar poético” do filme de Rodrigo Gianetto, diante dos cenários tão desiguais que marcam a história do Rap.

7 curiosidades que envolvem as rimas e a história do Rap

Quer conhecer melhor esse movimento cultural, ao som de ritmo e poesia? Então, confira essas curiosidades!

1. O que é o Rap? E onde nasceu?

Para começar, vamos te contar o que significa Rap, que vem de Rhythm and Poetry. No caso, o ritmo e a poesia se unem em um discurso poético, sem deixar de lado as questões sociais. 

E, se você quer saber onde e como surgiu o Rap, tudo indica que isso aconteceu no Bronx, em Nova Iorque. No livro “Se liga no som”, Ricardo Teperman fala da influência musical dos escravos africanos e dos latinos que emigraram para os Estados Unidos. 

2. Quem é considerado o fundador do Rap?

Aqui, chegamos à pergunta que não quer calar: afinal, quem criou o Rap? Provavelmente o pai do Rap é o DJ Kool Herc, um jamaicano que tocava em festas do Bronx. Ou seja, as raízes do ritmo partem dos guetos de Kingston até chegar a New York.

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3. Como aconteceu a história do Rap americano?

Segundo Teperman, os jamaicanos levaram aos EUA o costume de fazer festas de rua com equipamentos de som. Logo, as origens do Rap vêm da Jamaica nos anos 1960, mas foi em 1970 que a música se espalhou pelos bairros mais pobres de NY, com negros e latinos.

Depois, vieram as block parties, de onde também surgiu o Breakdance. Lá, os jovens esperavam o DJ Herc para “brincar com os Breaks (intervalos de compasso) e fabricar os beats”. 

De quebra, mais rappers começaram a se destacar no rolê, como: 

 Já em 1980, o Rap começou a se misturar com outros estilos musicais, incluindo Rock e Soul. Nessa época, surgiram mais nomes de peso na cultura Hip Hop:

Nos anos 1990, o “gangsta rap” se popularizou com medalhões como:

E, dos anos 2000 até hoje, vieram muitos outros nomes:

💣 Spoiler alert: logo mais, falaremos de outros nomes!

4. E quanto à história do Rap brasileiro?

De acordo com a rádio USP, o Rap “surgiu para combater injustiças e conscientizar os marginalizados”. E, aqui no Brasil, esse movimento é uma resistência contra a desigualdade social, né não? 

No documentário “Histórias e rimas”, o Mano Brown dá a letra:

“Aí em determinado momento ‘os preto’ começou a fazer Rap. Nem eu sei como chegou…”

Mas dizem por aí que o Rap nacional surgiu em São Paulo em 1986, tendo a apresentação do DJ Theo Werneck. No começo, o estilo era visto com muito mais preconceito, pois costumava ser associado à violência.

Já nos anos 1990, o ritmo caiu nas graças do povo, ganhando espaço nas rádios e na indústria fonográfica. E daí grandes nomes começaram a desbancar:

Anos depois, o toque de brasilidade fez com que o Rap fosse misturado com vários outros gêneros. Por exemplo, temos o Maracatu Atômico do movimento Manguebeat, com Chico Science & Nação Zumbi.

Atualmente, o Rap venceu boa parte do preconceito e é um dos estilos mais ouvidos no país. E os rappers continuam denunciando as injustiças sociais, além de lutar por melhores condições de vida nas periferias.

5. Quais são as características do Rap?

  • O Rap vem da união entre ritmo e poesia, por meio de um flow rápido ou cadenciado, assim como um conjunto melódico. Dessa maneira, o Rhythm and Poetry harmoniza a parte lírica com as músicas. 
  • Em geral, um DJ faz os efeitos sonoros e as mixagens, enquanto um MC canta as letras socialmente engajadas. 
  • E não podemos esquecer da conexão com a cultura Hip Hop, levando em conta a politização das letras. 
  • Por fim, vale lembrar que os rappers brasileiros têm suas próprias tradições, não é mesmo? Afinal, o estilo retrata as questões sociais do nosso país.

6. O que o movimento do Rap defende? 

  • A expressão política, social e cultural das classes menos favorecidas. Isto é, aquelas que vivem “à margem” da sociedade.
  • O combate ao racismo, à exclusão, ao privilégio branco e à violência policial. Em paralelo, as letras ainda falam da igualdade de oportunidades e de gênero.
  • As melhorias nas condições de vida, principalmente nas periferias. E isso vai desde a saúde e a educação até o saneamento básico e o esporte. 
  • Aliás, vale conferir o documentário AmarElo – É Tudo Pra Ontem. Além de mostrar os bastidores do show do Emicida, o filme dá visibilidade aos personagens negros do país.

7. Quem são os maiores nomes do Rap de todos os tempos?

Cola na banca que agora vamos dividir os nomes em dois pontos: a música gringa e a brasileira. Nesse rolê, vamos dos MCs aos compositores, dos produtores aos DJs e segue o fio. 

Ídolos da história do Rap no mundo todo

Nas palavras do Eminem, os melhores rappers de todos os tempos são: 

E aqui vai um fun fact: reparou que o Eminem não citou ele mesmo nessa crew? Ainda assim, o Slim Shady também é um dos maiores nomes do Rap de todos os tempos. 

Falando nisso, quem mais você adicionaria entre os homeboys e homegirls? Conta pra gente!

Grandes nomes da história do Rap nacional

Em primeiro lugar, vamos falar de alguns dos 50 MCs que estão em “Histórias e rimas”. Mas eles não são os únicos rappers da quebrada, já que o documentário foi gravado entre 2009 e 2019, falow? 

Por sinal, não podemos nos esquecer dos outros nomes que marcaram a história do Rap no Brasil, incluindo:

Fica ligado nesses manos e manas

E aí… você acha que faltou alguém pra curtir um som de peso? Porque né… “us mano pow… as mina, pa”. Aliás, se liga numa playlist com altos Raps

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10 músicas para dar um rolê na história do Rap

Nessa quebrada, separamos 10 músicas que fizeram (e fazem) sucesso na história do Rap. Mas também queremos saber a sua opinião: qual delas você mais gosta? Aproveita pra postar lá nos comentários e inspirar os futuros posts! 

1. Changes

Sem dúvida, “Changes” é um diamante do Rap (ou talvez um “ice”, como dizem os rappers). Nessa música, 2Pac fala sobre o racismo, a maneira como a polícia dos EUA tratava os negros e as dificuldades vividas na periferia. No clipe, ele mesmo fala para os repórteres: “eu vim da sarjeta e ainda estou aqui”.

2. Diário de um Detento

Em “Diário de um Detento”, os Racionais MC’s retratam a cruel realidade das prisões brasileiras. Nessa letra, eles falam do Massacre do Carandiru, após a rebelião em que 111 presidiários foram mortos por policiais.

3. Um Bom Lugar

Além da música, “Um Bom Lugar” também virou livro, que foi lançado em homenagem póstuma ao rapper. Nas palavras de Paulo Miklos, o talento de Sabotage tinha “humor, brilhantismo e razão”, sempre lutando “contra a injustiça, o atraso e o preconceito”.

4. Walk This Way

Por sua vez, “Walk This Way” rendeu boas doses de polêmica, mas também muito sucesso.  Dizem por aí que essa canção ajudou a revitalizar a carreira dos rockeiros do Aerosmith, contando com a parceria dos rappers do Run-D.M.C.

5. Não Existe Amor em SP

Diferente das músicas que enaltecem São Paulo, Criolo traz uma visão mais hostil. Em entrevista à BBC, o rapper diz que a sensação é de “não pertencimento” na capital paulista. Na matéria, ele ainda fala sobre o racismo e o preconceito com as pessoas que vêm de outros Estados.

6. The Real Slim Shady

O alterego de Eminem, “The Real Slim Shady”, chegou ao 4º lugar na Billboard Hot 100, além de ganhar vários prêmios. Nesse clipe, o rapper diz que existe uma “personalidade maligna” que está dentro de cada pessoa. 

7. Hoje Não

Em parceria com o DJ Coyote Beatz, Djonga denuncia o privilégio branco na música “Hoje Não”. Sem queimar largada, o rapper fala do preconceito com as pessoas negras, fazendo referência a uma abordagem policial. 

8. Levanta e Anda

Emicida e Rael literalmente detonam com “Levanta e Anda”. E eles dão a letra: “você é o único representante do seu sonho na face da Terra. Se isso não fizer você correr, chapa, eu não sei o que vai”.

9. Aquela Fé

Representando um novo Rap, Don L rima sobre as contradições da vida em “Aquela Fé”. Por exemplo, ele fala de “uma luta contra o mundo pra fazer parte do mundo que cê luta contra”. E os contrapontos dele não param por aí: “nossa melhor versão é puro ego”, né não? 

10. Preta de Quebrada

Com “Preta da Quebrada”, Flora Matos detona o machismo e as relações abusivas que muitas mulheres vivem. Realmente, ela vai na jugular: “eu mereço ser respeitada”, sim. E mais: “a gente vai dar liberdade para as pessoas serem o que elas são e o que elas podem ser.”

Bônus: Poesia Acústica + Trap Music + Podcast

Já ouviu o projeto Poesia Acústica? Se é a sua primeira vez, a dica é começar direto com a “Capricorniana”. Nesta música, você vai conhecer um estilo de Rap um pouco diferente. Então, vamos lá!

Além disso, também vale conhecer uma ramificação do Rap, que é o Trap. E nada melhor do que “sentir na pele” esse ritmo frenético, não é? Como exemplo, temos a vibe intensa do Trap ao som de Travis Scott e Drake ou ainda a “Máquina do tempo” do brasileiro Matuê.

Pra fechar o esquema, se liga no novo podcast “Mano a Mano”. Nesse rolê, o Mano Brown vai entrevistar uma galera com visões de mundo muito diferentes (e sem repressão). Dos amados aos odiados, o primeiro episódio estreia com a Karol Conká.

Playlist com + de 40 músicas de Rap

Quando quiser curtir um som, cola com a gente na playlist [Rap] #6 Artcetera. Por aqui, são mais de 40 raps pra geral!  

Enfim, agora que você conhece a história do Rap, dá um salve pra gente: você também está em busca da “batida perfeita“? Se a resposta foi sim, o Blog Artcetera é o canal, né não?

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