Quer saber como o jeitinho brasileiro se transformou em música descontraídas e, ao mesmo tempo, românticas? Então, chegou a hora de conhecer a história do Pagode, que é um dos ritmos mais populares do Brasil. 

Se você gosta de pagodear, vem com a gente descobrir a trajetória de uma das vertentes mais famosas do Samba. Aliás, os pagodeiros criaram um estilo próprio que mistura Samba-rock, Partido-alto, Samba-joia (Sambão), Soul e até mesmo Black Music.  

Por falar nisso, antes de entrar na história do Pagode, vamos começar com os ícones da música afro-brasileira. Com a apresentação do cantor Péricles, confira um documentário sobre as Black Voices que inspiraram muitos dos nossos artistas, inclusive os pagodeiros.

5 curiosidades para conhecer a história do Pagode

Agora, você vai conhecer a história do Pagode desde as rodas de Samba que aconteciam nos “fundos de quintal”. Por aqui, vamos das batucadas do ritmo original até chegar ao Pagode romântico, Pagode baiano e Pagode Gospel

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1. O que significa Pagode?

Para entender o que é o Pagode no contexto musical, também precisamos refletir sobre o contexto histórico. De modo geral, “Pagode” era o nome dado às festas que os escravos faziam nas senzalas. E, muito tempo depois do fim da escravidão, isso ainda faz parte das raízes afro do povo brasileiro.  

Nesse sentido, o nome Pagode virou um sinônimo para diversão, farra, brincadeira e folia. Afinal, sempre foi uma maneira de reunir o povo para festejar, mesmo diante de situações difíceis. Sendo assim, este gênero musical também é uma manifestação cultural tipicamente brasileira, que tem sua alegria e, também, seu choro. 

2. Como surgiu o Pagode? E onde nasceu?

Para saber onde surgiu o Pagode, vamos aos fundos dos quintais do bairro de Ramos, no Rio de Janeiro. No final dos anos 1970, essa música popular era diferente de tudo que aparecia na grande mídia.

Por sinal, lembra que falamos do nome do Pagode ter vindo das festas nas senzalas, certo? Segundo a Folha de São Paulo, “o morro e a malandragem” deram novos significados ao ritmo, passando a ser uma “festa regada a muita comida, bebida e Samba”.

Na época, “sambistas anônimos e jogadores de futebol se reuniam nos finais de semana para comer, beber e cantar”. Porém, o estilo musical não tinha muito espaço nas rádios, nem na televisão, até que Beth Carvalho e Tim Maia apareceram na história do Pagode. Logo mais voltaremos a falar disso, ok? 

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3. Quem é considerado o fundador do Pagode?

Antes de saber quem criou o Pagode, lembra que falamos dos sambistas anônimos e jogadores de futebol? Entre o fim dos anos 1970 e começo dos anos 1980, os músicos se encontravam para tocar nos fundos dos quintais e, também, nas escolas de samba.

“Com um andamento mais rápido e enérgico, o samba se reinventou, dando origem ao Pagode”, diz o portal Multirio. Assim, o ritmo “abriu espaço para a incorporação de novos instrumentos”, incluindo: 

  • tantã (criado pelo Sereno);
  • repique de anel ou de mão (criado pelo Ubirany);
  • banjo com braço de cavaquinho (criado pelo Almir Guineto).

E foram esses músicos que trouxeram à tona as “batucadas dos nossos tantãs”, criando o Grupo Fundo de Quintal. Mas eles só ganharam renome quando Beth Carvalho e Tim Maia descobriram o grupo musical na quadra do bloco carnavalesco Cacique de Ramos.

Em 1978, a Madrinha Beth Carvalho gravou o disco de estreia do Pagode original: “De pé no chão”. Aos poucos, esse novo estilo de Samba começou a ganhar o próprio espaço, mesmo sendo boicotado pelas rádios e gravadoras. 

4. Quais são as características do Pagode?

Nos anos 1980, o Pagode era muito mais conectado ao Samba carioca, principalmente com o Partido-alto. Em geral, as canções falavam da vida em comunidade e dos problemas do dia a dia. 

Já na década de 1990, em São Paulo, a coisa mudou de figura e deu lugar ao Pagode romântico. Isso porque o gênero ganhou letras romantizadas e música mais lenta, além do tom mais comercial.

Nessa pegada romântica, as rádios começaram a tocar as músicas com muito mais frequência. Logo depois, as emissoras de TV passaram a dar destaque para as coreografias dos pagodeiros. 

Por sua vez, o Pagode baiano (Pagodão, Quebradeira ou Swingueira) tem forte influência do Samba-reggae. Dessa maneira, o ritmo ficou ainda mais acelerado pelo toque da percussão, assim como as coreografias também mudaram bastante.

Além disso, o Pagode Gospel (Pra God) tem se popularizado entre os evangélicos. E até mesmo o jogador de futebol Marcelinho Carioca se arriscou nesse estilo, sabia? 

5. Quem são os maiores nomes do Pagode de todos os tempos?

Desde os anos 1980, este ritmo envolvente tocou muitos corações. Portanto, é bem difícil descobrir quem são os maiores pagodeiros de todos os tempos. Por outro lado, podemos listar os indicados ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba e Pagode:

De acordo com o Guia da Semana, esses são os grupos de pagode que “nunca deveriam ter acabado”:

Duelo dos cantores de pagode

Já a enquete do UOL diz que esses são os cantores de pagode preferidos do público, com base em 200.884 votos:

Mais nomes que fizeram a história do Pagode

E, claro, também não podemos esquecer de outros grandes nomes do Pagode de todos os tempos:

Por falar nisso, quem mais você acha que marcou a história do Pagode? Conta pra gente nos comentários, enquanto aproveita pra curtir uma playlist de Pagode!

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10 músicas para batucar ao som da história do Pagode 

Finalmente, chegou a hora de curtir as músicas que marcaram a história do Pagode. E não esquece de contar pra gente qual é a sua favorita!

1. Cheia de manias

Mesmo sendo um hit de 1992, o “Didididiê” voltou a fazer sucesso, inclusive no Tik Tok. Atualmente, a música “Cheia de manias” foi revisitada pelo grupo Raça Negra e tem até uma orquestra no lugar dos trompetes da introdução.

2. Deixa acontecer

Um dos maiores hits do Grupo Revelação, a música “Deixa acontecer” quase não foi gravada, sabia? A princípio, Xande de Pilares não acreditava que ela faria sucesso. Mas parece que o jogo virou, não é mesmo?

3. A lua e eu

De autoria do cantor e compositor Cassiano, “A lua e eu” também faz bastante sucesso com o grupo Pixote. Aliás, a música também foi gravada por Tim Maia, Cassiano e Hyldon. E, mais recentemente, ganhou uma versão de Michael Sullivan.

4. Essa tal liberdade

“Essa tal liberdade”, que ficou famosa com o Só pra Contrariar, foi composta por Paulo Sérgio Valle. E ele é um dos compositores mais famosos da Bossa Nova, com canções como Samba de Verão.

5. Telegrama

Me liga… me manda um telegrama… uma carta de amor” é um dos hits do Pagode romântico. A propósito, a canção foi gravada na época em que o Exaltasamba ainda tinha Chrigor e Péricles cantando e tocando juntos.

6. Búzios e tarô

Embora o cantor Belo tenha ficado bem famoso com a carreira solo, essa fama começou no Soweto. Por sinal, o nome da banda faz referência à luta contra o Apartheid na África do Sul, já que esse era um dos maiores bairros de negros de Johannesburgo.

7. Desengano

Composta por Aniceto da Portela (Aniceto do Império), “Desengano” fez (e faz) sucesso com vários artistas. Por exemplo, podemos citar tanto o Grupo Revelação quanto o Bokaloka e daí em diante.

8. O show tem que continuar

Como os pioneiros do Pagode, não poderíamos deixar de citar uma canção do Grupo Fundo de Quintal, né? E nada melhor do que o hino de esperança que nos mostra que “o show tem que continuar”, seja qual for a dificuldade da vida. 

9. Temporal

Diante desse “Temporal”, podemos sentir o sofrimento de um “eu lírico” que está desolado, literalmente. Com seu Pagode romântico, o Art Popular foi um dos grupos que mais fez sucesso nos anos 1990. 

10. Inaraí

Para finalizar, chegamos à “Inaraí”, que tem as famosas coreografias do Katinguelê. Pensando nisso, separamos um clipe que tem a cara do Pagode dos anos 1990 (com a banda de óculos escuro e tudo mais). 😎

Bônus: outros ritmos que se misturam com a história do Pagode

Playlist com + de 40 músicas para curtir a história do Pagode

Curtiu as músicas do post? Então, corre pra ouvir a playlist [Pagode] #10 Artcetera no Spotify! 

Enfim, esperamos que você tenha gostado da história do Pagode! E, aqui na Artcetera, você ainda vai se surpreender com muitos outros ritmos! Por isso, “desliga e vem” com a gente! 😉

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