Hoje trouxemos mais uma entrevista pra vocês. Dessa vez, o entrevistado foi um cara super inteligente e simpático (apesar de parecer pistola quando está no palco)! É o Hélio Siqueira, vocalista do Institution. Ele falou um pouco sobre os projetos pessoais e da banda, também nos contou sobre os processos de criação e quais os planos para o futuro próximo.

Essa entrevista foi feita no dia 07 de Julho de 2022, online, conduzida por essa que vos escreve (Ornella) e pelo Artur.

Antes do papo, ficamos falando um monte de como está caro ver show no Brasil e quais shows valiam a pena, mas depois voltamos a programação normal da entrevista! 

Poupamos vocês das nossas chorações 😛, então bora pro que interessa. Chega mais:

Artur: E aí, Hélio! Beleza, cara? Prazer te receber aqui no nosso espaço, mesmo que online!

Hélio: Fala galera, obrigado por me receberem.

Ornella: Bom, aproveitando que estávamos falando de shows e épocas diferentes, qual foi sua primeira banda?

Hélio: A que eu toquei ou a que me interessou musicalmente?

Ornella: Era a sua primeira banda, mas pode falar das duas, a que te interessou também. Pode falar aí à vontade!

Hélio: Bom, a primeira banda que eu realmente me interessei de ir atrás foi o Nirvana. É um pouco clichê, eu sei.

Agora, a primeira banda que eu tive como experiência musical, era uma banda de death/grind chamada Jeffrey Dahmer, que gravamos um EP e foi uma put* experiência pra mim.

São estilos completamente diferentes, um gap grande entre a primeira coisa que eu ouvi e a primeira banda, mas é um lance que vai amadurecendo. Quando você entra no meio, começa a ouvir as paradas, rola o interesse de tocar, mas até colocar isso em prática demora. Ainda mais na minha época, porque eu comecei a ouvir as paradas no final dos anos 90.

Os instrumentos nessa época eram mais baratos, mas no meu caso era mais difícil de ter acesso. Eu não tinha condição de comprar e meu pai também não queria comprar, então demorou pra eu ter uma guitarra e começar a estudar um pouco.

Foi no mesmo período que eu comecei a ir pra show. Foi uns 6 anos depois que comecei a montar alguma coisa mesmo, porque tem os projetinhos, né? Uma coisinha ou outra, mas banda mesmo de ensaiar e fazer show, isso demorou um tempo até a ideia ser maturada.

Ornella: E você tinha quantos anos nessa época?

Hélio: Eu tinha 14.

Artur: E até hoje você é fã de Nirvana? 

Hélio: Cara, eu ouço muito, gosto muito. Aliás, eu gosto muito dessa época do grunge, Pearl Jam, Alice in Chains, Mudhoney, Soundgarden. Só que o Pearl Jam passou a ser uma banda que tomou muito espaço pra mim, eu não sei se é porque eles continuaram na ativa e eu gosto basicamente de tudo que eles fizeram.

(sempre fico com dó do Josh levando um esporro quando assisto esse clipe)

Eu já refleti bastante sobre isso e tipo, eu comecei a ouvir Nirvana com 11 anos e comecei a ouvir punk e hardcore com 14 anos. Acho que o punk me atraiu musicalmente porque se você analisar as bandas grunge, elas possuem uma influência muito grande do punk, não só de atitude, mas musicalmente também.

Você tem uma vertente grande, então acho que uma coisa está ligada com a outra, o metal também. É tudo meio que uma mescla, né? Você vai ouvindo as coisas e percebe que tudo se influencia. 

Artur: Você acha que o Grunge influencia de alguma forma o que você tá tocando hoje?

Hélio: Acho que sim. Porque é isso, o grunge tem essa pegada que passa pelo punk, especialmente na atitude. Se você analisar o grunge, ele é uma resposta à música glam. Se você pegar os artistas mais conhecidos do grunge, todos eles são contra esse estereótipo de rockstar, de que o artista é superior, sabe? Algo que é muito próximo do punk.

Ornella: É a galera largada, mas de um jeito diferente haha.

Hélio: Sim, porque o punk tem isso também.

Ornella: Mas de certa maneira o Grunge tem a cara do jovem americano, acho que o punk tem a raiz mais na juventude inglesa. O grunge me parece mais ligado também a uma classe média.

Hélio: Tá, mas se você analisar, por exemplo: você tem uma forte influência do punk inglês, mas nos anos 80, o punk explodiu nos Estados Unidos. Toda essa galera do grunge, esse rolê que se tornou o grunge, eles andavam com a galera punk dos anos 80. O Dave Grohl tocava no Scream, que tocava junto com o Ian MacKaye, saca? Tá todo mundo ligado nesse movimento.

Artur: Cara, essa parada de anos 80 e 90 no punk americano, rola uma explosão principalmente em Los Angeles e Nova York. Sabe quem era muito amigo dos caras do hardcore de nova york? O Supla! Tipo, amigo mesmo, tipo desses caras do Madball, Agnostic Front e Murphy’s Law, inclusive participaram de um álbum da banda antiga dele.

Hélio: Sério? Não sabia! Caraca, por falar em Madball, vocês viram o posicionamento deles quando começaram a abrir pra shows?

Ornella: Não tô sabendo, conta aí! Meteram o anti vacina?

Hélio: É, cara, essa conversa de se vacina quem quiser e que vai rolar show mesmo com pessoas sem se vacinarem e fod*-se.

Ornella: Não é assim não, doido.

Hélio: Pois é, é a famosa liberdade de expressão, mas as pessoas não pensam que elas têm uma responsabilidade muito grande, são artistas muito conhecidos no rolê. Esse tipo de coisa é muito perigosa.

Artur: Realmente vimos muitas coisas bizarras, né? Ainda bem que o nosso Supla é a favor das vacinas!

Hélio: hahaha! O bixo é burguês, mas ele é muito fera.

Artur: Sim, muito gente boa.

Hélio: Sim, e eu acho o pai dele muito mais punk que ele, o Suplicy é foda. Ele é um cara que politicamente não é tão valorizado quanto deveria, infelizmente.

Artur: Eu o vi depois que ele bateu boca com o Mercadante hahaha! Tava tranquilão.

Hélio: Isso é legal, ele é um cara tranquilo, sempre envolvido nas causas. Não só politicamente falando, no sentido subjetivo da coisa, de apoiar e tal, mas ele tá presente fisicamente nos lugares.

Ornella: Até dando rolê mesmo, encontrar ele na rua ou em shows não é algo surreal.

Hélio: Pois é, aquele vídeo dele no show do Racionais é muito icônico.

Artur: Falando nisso, estamos chegando nesse momento importante aqui no Brasil, de possível mudança do governo e, se tudo der certo, vamos ter Lula 2023. Você acha que essa transição impacta a banda? Se sim, como? Porque o último clipe que vocês lançaram tem uma letra bem política, bem porrada.

Hélio: É, na verdade, todas as letras do Institution são bem objetivas nesse aspecto, elas são muito políticas.

Ornella: Vocês mudaram, não foi? Acho que quando muda de inglês pra português, fica mais evidente essa objetividade.

Hélio: Fica mais evidente mesmo. Isso foi sempre uma questão importante na banda, isso foi uma bola que eu sempre levantei. Na banda que eu tinha antes, as letras eram em português, mas as letras eram mais subjetivas.

No caso do Institution, é tudo muito político. Quando eu entrei na banda, os meninos queriam que fosse em inglês, porque a gente tem esse ideal que soa melhor e fazer tour lá fora, tal. Como pra mim era um desafio, eu topei, mas falei pros meninos: “Olha, vai ser em inglês, mas tudo que a gente lançar fisicamente tem que ter uma tradução e um contexto em português”.

Instituion, formação atual. Foto de Fabiano Battaglin & Camila Mira
Instituion, formação atual. Foto de Fabiano Battaglin & Camila Mira.

Se você pegar o CD, tem um texto de contextualização da letra, por exemplo “Ah, essa letra fala sobre reforma agrária” e eu destrincho a minha perspectiva em relação à letra, aí tem a tradução da letra para pessoa acompanhar. 

Fizemos isso porque vivemos em um país extremamente desigual, a educação é muito precária e o inglês – apesar de muito presente na nossa vida -, ele é secundário no dia a dia. Então, não dá pra esperar que as pessoas vão entender o que você está falando em inglês, isso não vai rolar.

E isso eu deixei muito claro que é uma posição que tinha que ter no nosso trabalho. O que foi acontecendo foi o seguinte, eu cheguei pros caras e falei: “Olha, nós estamos tratando de temas que são delicados e, se eu quero que as pessoas reflitam a respeito desses temas, a linguagem é um ponto crucial”. 

Fora que, nos shows, os caras começaram a perceber que a galera sabia cantar, mas quando eu dava o microfone pra elas, algumas ficavam com receio de cantar, com medo de cantar errado e tal.

Aí eu convenci os caras a fazer um teste, fazer uma ou duas músicas em português, se acharmos legal, lançamos e vamos ver a reação da galera. Aí de cara os meninos gostaram bastante, o público recebeu muito bem também. Inclusive, a primeira música que lançamos em português é a música que a galera mais canta nos shows.

Porque é isso, é nossa língua. A informação e o impacto é direto, a pessoa entende, as pessoas se identificam, não faz sentido ser de outra forma.

Álbum Ruptura do Visível em vinil disponível aqui. Arquivo pessoal.
Álbum Ruptura do Visível em vinil disponível aqui. Arquivo pessoal.

Ornella: É, se você está falando de coisas objetivas, sociais e políticas, você está falando com e para essas pessoas. Por exemplo, falar da reforma agrária é falar do Brasil. Falar em inglês da reforma agrária no Brasil não faz muito sentido. Soa estranho.

Hélio: Pois é, soa muito estranho. Na verdade, todos os temas que eu trato são temas recorrentes aqui, em relação ao Brasil. Lógico que tem coisas que são universais, né? Por exemplo, tem uma letra que é a “Panopticon”, que é pautada no livro “Vigiar e Punir” do Foucault.

É sobre como o Estado padroniza, ele desenvolve padrões de sociabilidade e pune todos aqueles que se encontram fora desses padrões. O sistema carcerário é um bom exemplo disso. Esse é um tema que é mais abrangente, não diz respeito só ao Brasil, mas o foco, quando eu escrevi, era relacionado ao Brasil.

Enfim, a gente tá cantando em português e acho que nunca mais voltamos pro inglês, acho que não faz muito sentido.

Artur: É, eu até entendo qual a lógica de querer cantar em inglês. Lembro que lá na HBB, nós discutimos muito se era melhor cantar em português ou inglês. Se você cantar em português, você nunca sai do Brasil e, se você canta inglês, você nunca faz sucesso no Brasil. É difícil.

Hélio: Mas eu acho que isso é meio ilusório, cara. Assim, isso é uma coisa que a gente já debateu bastante dentro da banda. Se você pegar o Ratos de Porão, por exemplo, os caras cantam em português e a galera lá fora pira. O lance é que se você monta uma parada cantando em inglês aqui, lá nos Estados Unidos tem umas 500 bandas iguais a sua e muito melhor.

No sentido de eles tem equipamentos bons e os caras fazem isso há muito tempo, tá ligado? A gente, querendo ou não, tá copiando as bandas de lá. Na Europa, os europeus babam ovo pros americanos, depois pros europeus e depois pra você, saca? Você é só mais um.

Mas se você canta na sua língua, se traz essa parada que é muito mais pessoal, tipo, pra eles isso é um diferencial, é uma parada nova. Tem muito mais personalidade e característica. Então, não acho que faz sentido essa lógica. Eu entendo, mas se pensar na prática, não faz muito sentido.

Artur: Pois é, se fosse assim, não haveria pagode japonês! hahahaha.

Hélio: Hahaha, pois é. Pagode é maravilhoso, quem me conhece sabe que eu sou pagodeiro nato!

Artur: Sério? hahaha.

Hélio: Sim, eu moro em Carapicuíba e aqui o pagode sempre foi muito presente. O Negritude Júnior é daqui, aliás! Sabe aquela música “Vai ficar legal, pagode na Cohab no maior astral, em frente a lanchonete…”? Então, essa lanchonete é na frente da minha casa.

Hélio felizão ouvindo um Raça Negra com os amigos. Arquivo pessoal.
Hélio felizão ouvindo um Raça Negra com os amigos. Arquivo pessoal.

Ornella: Sambando e fazendo um grande carnaval! hahaha muito massa.

Hélio: Sim, a galera se reunia aqui pra fazer pagode. A minha companheira, quando veio pra cá morar comigo, ela disse que entendeu porque o pagode era tão presente pra mim. É todo final de semana que tem barzinho ou algum evento aqui em volta na rua, tocando samba e pagode. Eu acho bom, mas mesmo se eu não gostasse, eu ia aprender a cantar porque o bagulho é muito frequente.

Ornella: Animal estar junto dessa cultura. Uma coisa não anula a outra, né? No sentido de som que ouvimos.

Hélio: Totalmente, inclusive acho besteira a galera se limitar a um estilo de música, tipo o roqueiro que só ouve metal, hardcore, punk. Isso é besteira.

Ornella: Tem tanta coisa boa nesse Brasil, né? E nada mais brasileiro que um pagode na rua.

Hélio: hahaha, pois é! Eu acho que temos que valorizar a música pela música. Se a música te toca de alguma forma, se você acha ela legal e tal, é arte. O lance da arte é te trazer uma perspectiva diferente sobre algo, então, se ela te toca, fod*-se que estilo que é. Se é punk, se é jazz, se é pagode, tanto faz.

Ornella: Sim, primeiramente é sensorial, é o que te atinge. Gostou, gostou, justificar isso já é outra coisa. 

Hélio: Como diz um amigo meu, se arrepia o cabelo do braço, é isso!

Artur: E você já cantou pagode?

Hélio: Já, mas não profissionalmente, essa capacidade eu não tenho, os caras são fera.

Artur: Cara, o Institution tinha que lançar um disco de pagode, ia ser animal.

Hélio: O baixista do Surra (Guilherme Elias) tem, né? Ele tem um disco de pagode e é bom pra caralh*, ele manda muito bem! A voz dele é muito boa, é bem legal.

(banda de Trashpunk do vocalista do Gui Elias)

(banda de pagode do baixista do Surra)

Artur: Caraca, animal. E assim, desde que eu te conheço, você trampa com música, você sempre teve banda. Quando te conheci você estava na HBB e já tinha o Institution, agora você está na Sabot, só não sei como pronuncia o nome, se é “sabô” ou “sabóti” hahaha

Hélio: É que é um nome francês, mas fica tranquilo. Pode falar como quiser, mas a palavra é um termo que corresponde a sabotagem, é a origem da palavra sabotagem. Na revolução industrial, lá na França, tinha aqueles sapatos de madeira, tipo tamanco, sabe? 

A galera usava aquele sapato na revolução industrial para quebrar as máquinas. Aí a galera da Sabot achou isso muito massa e trouxe isso pra marca. Mas pode falar como quiser! Não precisa ser refinado, a gente fala “sabóti” também haha.

Artur: E lá, por mais que seja focado em moda, você tá no rolê da música, da arte. Você sempre trampou com arte?

Hélio: Não, na realidade eu sempre fui um proletariado fodid*. Eu tive uns trampos mega miseráveis, meu primeiro trampo foi como office boy, depois em RH, depois trabalhei em um departamento jurídico, aí virei consultor de turismo. Foi legal, mas são uns trampos de filho da put*.

Aí eu cansei, fiquei trabalhando por conta, fazendo uns bicos até começar a trabalhar com música na HBB. Pra mim foi uma put* experiência, comecei a mexer com e-commerce, que eu não manjava. Sei lá, é legal quando você pensa que está vivendo de música, de uma forma ou de outra, saca? 

Que você está vivendo de cultura, você tá produzindo e vendo isso. O que é extremamente difícil no Brasil.

Hélio trabalhando na HBB. Arquivo pessoal.
Hélio trabalhando na HBB. Arquivo pessoal.

Artur: E isso com certeza deve impactar seu trabalho, seu trabalho musical, no caso.

Ornella: E acaba gerando um público também, atraindo outras pessoas.

Hélio: Sim, e por mais que você esteja no trabalho dos sonhos, nem todo dia você está no pique de trabalhar, vamos ser sinceros. Então assim, se você tá em um trampo de merd*, que você não se sente bem, que você não gosta, isso é intensificado até um ponto que se torna insuportável.

E trabalhar com música, pra mim, tem sido o oposto disso. É um ambiente que eu me sinto à vontade, eu posso ir do jeito que eu quiser, as pessoas são legais, sabe? Você tem uma abertura em várias frentes.

Então é uma parada que traz uma realização, apesar de ser muito difícil. A HBB, por exemplo, quase faliu. Quem é que compra disco hoje em dia? 

Artur: Sim, disco está muito caro.

Hélio: Está mesmo. E isso tem duas razões, primeiro que não há incentivo do governo. E tudo que for relacionado a produção cultural é caro. O livro, por exemplo, é muito caro.

Ornella: E diversas produções são esmagadas pelas grandes empresas.

Hélio: Sim. Entre você pagar 80 reais em um livro ou 80 reais em botijão de gás, você vai optar pelo botijão. Isso, óbvio, é uma manobra do estado. Mas além disso, tem o lance da Polysom, que já cobra caro pra caralh*, porque basicamente só tem ela.

Tem a Vinil Brasil agora, mas deu muito problema, eles estragaram o disco de muita gente, então o povo desistiu de fazer na Vinil Brasil e ficou na Polysom. Aí tem o monopólio da Polysom e ela faz o que ela quer.

Artur: E não tem mais como fazer na Europa ou na Pirate Press, igual antes, né? Isso ajudava muito.

Hélio: Sim, ajudava muito. Tinha leque de cores e, por mais que fosse pago em euro ou dólar, saía mais barato do que produzir aqui. Mas agora é insustentável.

Ornella: E a tiragem da Polysom é alta, não é? Coisa de 400 discos no mínimo.

Hélio: Na real o mínimo deles é 300, mas na pandemia eles estavam fazendo 250. Mesmo assim, é muita coisa. E pessoalmente eu acho que não compensa fazer a parte gráfica na Polysom, porque sai muito mais caro. Você consegue fazer a parte gráfica em outro lugar, muito mais barato e com qualidade boa. 

Mas se você pensar só no disco, esquece a gramatura, a gramatura seria a normal, 120g e na cor padrão que é preto. Só o LP e mais nada sai em torno de uns 45 conto. Só o LP, aí você vai mandar fazer a parte gráfica e tal e esse valor vai subindo. O custo básico fica entre 60 e 70 reais. Vai vender a quanto esse disco?

Ornella: Pois é, no mínimo uns 100 reais, jogando baixo. Quem tem 100 reais hoje em dia? hahahah.

Hélio: Quase ninguém hahaha. Uma coisa que eu achei legal que a HBB fez, que achei justo, foi no último disco que lançamos, o Ruptura do Visível. Ele saiu exatamente quando a pandemia explodiu, no dia 13 de março. Não deu pra gente fazer turnê e o disco já estava na fábrica.

Então, quando o disco veio, vendemos quase a preço de custo. O disco estava saindo a 65 reais e ele é lindo, saíram várias cores. E esse valor é muito justo hoje em dia, acho que tinha que ser o preço para disco de vinil. 

O disco esgotou antes da gente começar a fazer show, ou seja, a galera é ávida por cultura, mas não adquiri porque é muito caro. O lance do disco ser barato, ajuda muito. Já vi cara na banquinha de show comprando 4 discos porque estava barato.

Artur: Uma coisa que é legal dos discos do Institution é que eles são muito bonitos. A arte que vocês usam é muito bonita. Eu sou muito fã do primeiro EP, aquele da gradinha, foi ali que descobri vocês, mas em todos os discos tem esse cuidado com a arte. Quem cuida dessa parte?

Capa do primeiro EP do Institution. Fonte: Bandcamp.
Capa do primeiro EP do Institution. Fonte: Bandcamp.

Hélio: Assim, curadoria sou eu que faço, porque eu sou muito chato com isso. Então, toda parte gráfica e artística da banda sou eu que trato. Não sou eu que faço, sempre trabalho junto com alguém, cada trampo tem uma pessoa envolvida. Esse aí foi um amigo nosso, o Desolation foi o Antônio e o último foi…puts, sou muito ruim de nome, mas é um cara do Estúdio Miopia.

Tem um EP também que foi um outro amigo que fez, eu queria que fosse em foto, mas ia dar um trampo e ele fez meio que na mão. Enfim, eu tenho essa preocupação um pouco.

Se você pegar nossos trabalhos, são dois discos e dois EPs. Cada um tem uma cor, porque eu tenho um lance com as cores também, de não repetir. O primeiro é verde, o segundo é vermelho, o terceiro é preto e o último agora é branco.

Artur: E próximo?

Ornella: Amarelo, pra completar as cores do Reggae hahahaha!

Hélio: hahahahaha! Sim, mas não. Na real vai depender do título e da ideia da arte, mas eu tô querendo uma coisa próxima de um lilás, não sei, vamos ver.

Ornella: E vocês estão pensando em um novo disco? Projetos novos e tal? Como vai os planos pós vacinação?

Hélio: Então, o disco infelizmente meio que morreu, foram dois anos, né? Muita coisa.

Ornella: Então, já vou emendar duas perguntas em uma. Vocês lançaram o disco logo que foi o lockdown, deve ter sido uma bost*. Como foram esses dois anos para a banda? Como foi a resposta da galera? Porque o pessoal comprou o disco, mas deve ter ficado esperando shows e tal. Aí quais os planos pra frente, enfim, dá um contexto desse mexidão que foram esses últimos dois anos.

Hélio: Pra nós foi muito triste, muito brochante. Lógico que não tinha o que fazer, mas a gente trabalhou muito nesse disco. A banda quase acabou no processo de composição desse disco, porque a gente teve muita dificuldade pra entender qual caminho queríamos tomar. Um membro saiu no meio do processo por causa disso, que era um guitarra. 

Mas é um trabalho que a gente tem muito orgulho, musicalmente é o trabalho que eu mais curto. Eu gosto muito desse disco e ficamos uns três anos compondo, mais um ano entre gravação, masterização, mixagem e projeto para o lançamento.

Então, foi muito tempo e quando estávamos prontos, deu-se a pandemia. Cara, a gente tinha 17 shows marcados e uma caralhad* de show sendo marcado, tinha turnê no Chile com o Converge, que é uma banda gringa que gostamos muito.

Foi muito brochante, mas a recepção da galera foi muito boa. Porém, eu acho que teria sido muito melhor se tivéssemos batido na estrada, porque é isso, a divulgação se faz nos shows, não tem o que fazer.

Institution ao vivo. Foto: Pedro Henrique.
Institution ao vivo. Foto: Pedro Henrique.

Ornella: E tiveram pessoas que investiram em lives, gravações à distância, às vezes uma conversa com o público online. Vocês fizeram algo nesse sentido?

Hélio: Não, a gente não fez muita coisa não. Rolou alguns materiais de internet, uns podcasts, umas lives e tal, para trocar ideia. Nós fizemos duas gravações, uma no Canal Sena que foi legal pra caralh*, a gente tava meio enferrujado, mas rolou! Meio enferrujado porque não estávamos ensaiando por causa do lockdown. 

Gravamos também um ao vivo no Teatro Sérgio Cardoso, aqui em São Paulo. Ficou legal pra caralh* também, foi mais pro final da pandemia. Essas foram as duas únicas vezes que tínhamos tocado as músicas do disco e foi pra ninguém, apenas pra frente das câmeras, é horrível hahaha.

Ornella: Ah, não é bem “pra ninguém”, né? Às vezes a quantidade de visualizações supera um único show, mas óbvio que é outra coisa, outra experiência. Nem se compara.

Hélio: Mas é que o lance do show, assim, eu tenho o hábito de não tocar no palco, mas sim junto com o público. Aí tem esse lance de contato direto, sabe?

É uma coisa que está presente nos nossos shows. Então, não ter o público e tocar em uma gravação foi muito estranho, mas era o que tinha, não tinha como ser de outro jeito.

E foram projetos muito legais! Eu gosto bastante dos dois, ficaram muito bons. Agora nós retomamos os shows e a nossa agenda. Só que como o disco já nasceu morto, não dá mais pra fazer dois anos de turnê do disco, que é o que geralmente é feito.

Então, nós estamos produzindo coisas novas para o final do ano, quem sabe, soltar uma ou duas músicas novas, pra ver se dá um gás na turnê do disco e pra ter material novo. Só que a gente é velho, então, a gente não tem muito tempo e o tempo que temos não rola fazer uma bateria extensa de shows e compor ao mesmo tempo.

Aí temos que escolher, até o presente momento temos acho que 10 shows dessa turnê de abril pra cá, então meio que estamos escolhendo alguns shows, de acordo com a nossa agenda. Outros estamos tendo que recusar, se não só ficamos tocando e não dá pra fazer outra coisa.

Ornella: É complicado. Precisamos escolher as nossas batalhas, né? hahaha.

Artur: Se for pensar, são problemas bons.

Hélio: É e não é, né? Porque nós queríamos tocar mais, só que se fizermos muitos shows, não temos tempo hábil para compor com calma, gravar, produzir, organizar as paradas e tal. E tem isso, toda vez que vamos compor coisas novas, rola essa briga de qual direção vamos seguir.

Nós não queremos nos repetir, sempre buscamos trazer elementos novos no som. Se você pegar o Ruptura do Visível, por exemplo, nós começamos a trabalhar com mais dissonância, a harmonia tem mais melodia, saca? Então, é isso, é refletir que caminho a gente vai tomar e fazer o melhor possível dentro do tempo hábil.

Artur: Saquei. E agora que vocês já estão no meio desse processo de composição, o que tá te influenciando musicalmente? O que você acha que vai te influenciar mais? 

Hélio: Olha, no meu caso, meio que tudo me influencia. Como eu escrevo as letras também, vai desde de uma peça que eu vejo ou uma exposição, um livro. Eu leio muito, geralmente eu leio de 3 a 5 livros por mês. Então, tudo me influencia.

Acho que a música, entre o cinema, a literatura…a música é o que menos me influencia. Não ando ouvindo muita coisa não, eu estava em uma fase há um tempo atrás aí, uma fase fod*, que fiquei meses e meses ouvindo a discografia inteira do Bad Religion.

É uma banda que eu sempre achei massa, mas nunca dei atenção. Aí decidi ouvir e virei super fã, puts, o Greg, que é o vocalista, é um cara muito foda. O cara é muito fod*, o cara é um gênio, as letras são muito políticas e muito bem escritas, sem contar que ele canta pra caralh*.

Artur: Tem aquela piada, que você precisa de um dicionário para entender as letras do Bad Religion.

Hélio: hahahaha, é! Isso é legal, mas ao mesmo tempo não é. Essa é uma briga interna dentro do Institution, por exemplo. O Rodolfo (baixista) é minha base pra esse tipo de coisa. Eu sou formado em Filosofia na USP, então, o departamento acadêmico é muito presente na minha vida.

Quando você pega as letras do Institution, dá pra ver que tem certos elementos acadêmicos. E o Rodolfo é um cara que é mais do mundão mesmo, ele é um cara super inteligente, mas com menos preocupação em certos termos ou em se aprofundar. Ele é um cara mais prático, é isso, ele é muito mais prático do que eu.

E quando eu vou escrever, eu tenho alguns vícios acadêmicos que ele me corrige. Tipo “olha, se você escrever assim, vai ficar muito difícil e ninguém vai entender”. Ele é muito mais objetivo e, pra mim, é uma guerra forte tentar achar um meio termo entre não soar punk bobo e nem muito acadêmico.

Artur: Tipo “Vomitaram no Trem”? hahahaha.

Hélio: Hahaha não, isso aí é muito banal. Eu tô dizendo bobo naquela pegada “temos que ser contra o sistema”, saca? Esse tipo de coisa a gente já sabe. Lógico, não vamos desmerecer o discurso, mas é raso. 

Artur: Com certeza, é bem raso.

Ornella: Falando nisso, acho que o processo de vocês deve ser bem profundo, né? Pelo menos o debate deve ser bom, porque a banda quase acabou hahaha. Mas assim, como está esse processo de composição? Já chegaram a um acordo de qual caminho vão tomar? 

Hélio: Nós já conversamos sobre isso e a ideia é ano que vem soltar um EP ou Single, depois tocar o máximo que pudermos. O plano é simples, mas é o que mais queremos fazer, sabe? Quero viajar pelo país, cara.

Um problema que acontece aqui com as bandas de São Paulo, é que as bandas focam só em São Paulo. A galera não se arrisca a ir pra outros lugares e não tem nada melhor do que tocar em um pico longe, em lugares que a galera é carente de show.

Quando eu falo que é bom, é no sentido que a galera é muito receptiva. Fora que o Brasil é maravilhoso, é enorme, grande pra caralh*. Então, puts, tem muita coisa pra explorar aqui. É difícil pra caramba, não é todo lugar que rola também.

Ornella: É, tem que ter alguém que leve o show, infelizmente é meio caro.

Hélio: Sim. E assim, ninguém vai viver de música, né? Você não vai viver com uma banda punk fazendo show pelo Brasil, não tem jeito. Se pelo menos o rolê se pagar e não fod*r pra ninguém, tá bom já.

Ornella: Sim, já tá ótimo. E vocês têm convites para tocar em outros lugares atualmente?

Hélio: Rola, sempre rola. Nós fomos pro Sul no mês passado, fizemos Londrina, Maringá e Marília, agora nós vamos voltar novamente mês que vem em Foz do Iguaçu e outras cidades do Paraná. Também vamos pra Piracicaba e São Paulo.

Mas, na real, a gente queria voltar pro Nordeste. Fizemos uma turnê lá há uns 4 anos atrás e acho que foi a melhor turnê que a gente já fez, ficamos umas duas semanas lá e foi legal pra caralh*.

Artur: No Festival do Sol?

Hélio: Isso, no Festival do Sol e depois fizemos várias cidades lá, Mossoró, João Pessoa, puts, foi legal pra caralh*. E vira e mexe, nós postamos alguma coisa, aí alguém vai lá e comenta ou manda mensagem “Vocês precisam voltar pra cá!”.

Pra você ter uma ideia de como a galera é carente de show e como foi bom estar lá, a gente levou uma bolsa gigante que chamávamos de morto. Que é uma bolsa grandona, cabe uma pessoa dentro hahaha. Essa bolsa inteira estava cheia de merch e só no primeiro show, nós vendemos mil reais de merch. 

Voltamos quase sem merch dessa turnê, e é isso, não tem muita banda indo pra lá, tá ligado? É o que estávamos falando antes, se a galera curtiu teu trabalho, vão comprar, te apoiar de alguma maneira. O que der pra comprar, eles vão comprar. 

Ornella: Muito maneiro isso. Infelizmente tem poucas bandas que topam ir e, quem quer ir, sofre com a questão de preços. Está muito caro mandar uma banda inteira do Sudeste pra lá, independente se for de van, ônibus, carro ou avião. A galera em São Paulo e no Rio de Janeiro acaba tendo uma receptividade mais amena porque está acostumada a ter rolê direto também.

Hélio: Ainda que não seja com tanta frequência, mas a galera realmente está mais acostumada. Acho que de todos os lugares que já tocamos, o Nordeste foi onde o pessoal mais queria ver show, estavam carentes de show. Isso era muito visível.

Existem as bandas locais, mas bandas de fora, de outros estados, especialmente Sul e Sudeste, tipo, a galera não vai muito lá pra cima. E é isso mesmo, porque é caro pra caralh*, é difícil. A logística é complicada, mas acho que toda banda, se puder, tem que fazer esse rolê. 

Artur: Falando em show, qual foi o melhor show que você já fez?

Hélio: Cara, não sei se foi o melhor, mas o mais memorável pra mim foi lá no Nordeste. Foi um show em Mossoró, em uma praça e devia ter umas 1000, 1500 pessoas. Tinha muita gente! Estávamos tocando numa tenda e ali tinha uma grade.

A galera começou a ficar insana, batendo na tenda e na grade, o palco começou a balançar, aí eu desci no público e a galera pirou pra caralh*! Foi muito fod*. Tem um vídeo desse show no youtube. Enfim, sempre que eu penso em um show bom do Institution, eu penso nesse.

Ornella: Manda aqui pra nós colocarmos pra galera ver! 

Artur: Isso! Aliás, vai ter fitinha cassete?

Hélio: Do Ruptura do Visível não, infelizmente. Ficou caro pra caralh*, aí não tem como vender uma fita cassete a 50 reais, né? Então, melhor nem fazer hahaha.

Artur: Puts, que pena! A fita de vocês é muito bonitinha. O Institution agrada no som e também visualmente.

Hélio: Obrigada, cara! Que bom que você gostou.

Ornella: Vocês são bem cuidadosos com isso, é muito legal.

Artur: Pois é, mais uma vez entramos na importância do material físico. Comprei muitos discos só porque achei a capa bonita.

Hélio: Cara, eu tava falando isso ontem, acho que o lance da mídia física, assim…Eu venho de uma geração que tinha uma relação com o trabalho físico, isso se perdeu um pouco hoje em dia. Nos anos 90, o que tinha era físico, não tinha internet. 

E eu acho importante porque você cria uma relação muito mais intimista com a arte. Tem a capa do disco, a contracapa, enfim, toda a estética do álbum e geralmente isso é pensado. Claro que tem uma galera que faz qualquer coisa, mas digo, geralmente o artista quer representar o trabalho por meio da arte do disco também.

Então, quando você pega o disco, ele tem toda uma linguagem que não é só musical, saca? Tem vários discos que, quando eu ouço no Spotify, já me remete a estética do álbum, dele físico. Eu acho foda porque a relação que você desenvolve com o disco físico é muito diferente do que você só ouve no Spotify, por exemplo.

Discos bonitos no Institution. Arquivo pessoal..
Discos bonitos no Institution. Arquivo pessoal.

Ornella: É diferente mesmo, até a questão da escolha da ordem das músicas.

Hélio: Sim, totalmente. Isso é outra coisa que é muito importante pra mim. Escolha da ordem das músicas é uma das coisas mais importantes em um disco. Se você pegar, por exemplo, o último que lançamos, as músicas são bem diferentes umas das outras e aí, muitas das músicas são interligadas intencionalmente.

As três primeiras músicas são interligadas, no meio também tem músicas interligadas. A primeira e a última faixa, se você ler a letra, elas se conectam, eu começo com uma pergunta e termino com a mesma pergunta. Tem toda uma questão por trás da ordem.

Artur: Gente, não ouvir o disco do Institution no aleatório! hahaha.

Hélio: hahahaha, claro que não! Ouve do jeito que quer, pô. 

Artur: Pô, vocês e o Bullet Bane são as maiores bandas brasileiras de rock da atualidade? hahaha

Hélio: Caraca hahaha, que afirmação forte essa. Não sei, não sei dizer. Tem tanta gente boa por aí, bandas que às vezes eu nem conheço. Tem bandas que eu conheço e mandam benzasso! É que arte é isso, é muito subjetivo. Eu sei que tem muita gente que ouve a gente, conhece e não gosta, enfim, gosta de outro estilo de hardcore ou metal.

E tem gente que pira no estilo que fazemos, mas não curte outros estilos, é bem subjetivo. Eu sei que no nosso caso, musicalmente falando, o tipo de som que fazemos, difere no sentido de que tem muito contratempo na construção musical.

As músicas do Institution tem várias partes que são mais quebradas, elas não são muito retas, sabe? Tem métricas ali que não são tão convencionais para as bandas de hardcore daqui. Pra uma galera que tá mais acostumada a ouvir uma parada mas retorna, tipo, na linha do que o Terror faz lá na gringa, às vezes não vai gostar do nosso estilo de som e tudo bem! 

Ninguém é melhor do que ninguém nesse aspecto. O Institution não é melhor por ser mais complexo, assim como bandas mais simples não são melhores que nós, são só estilos diferentes. São gostos diferentes.

Ornella: Sim, eu sou a favor do “cada um na sua e todos na mesma”.

Hélio: Hahaha, com certeza. De qualquer forma, agradeço o elogio, Artur. Acho que foi um pouco aquém, mas obrigado.

Artur: Bom, agora recomenda alguma coisa pros nossos leitores. Pode ser livro, filme, peça de teatro, enfim, tô suspeitando que você vai em livro. Mas pode falar um de cada se quiser!

Hélio: É, pois então, eu tô lendo muita coisa no momento, paradas mais filosóficas por causa do meu projeto de mestrado. O meu projeto é basicamente sobre a influência da filosofia de Nietzsche na obra do Mário de Andrade no início do modernismo, dos anos 20 a 30.

Então, eu tô lendo bastante coisas relacionadas a Nietzsche no momento, então não vou indicar nada nesse aspecto, porque eu acho que não é interessante pra maioria das pessoas hahahaha.

O que eu vou recomendar mesmo é um livro bem didático e que é incrível, chama Rompendo a Cerca: A história do MST da Sue Branford e do Jan Rocha. É um livro que conta não só a história do MST, mas também faz um paralelo sobre uma questão que já citamos aqui, uma questão super importante no Brasil, que é a reforma agrária.

Ele é um livro que, se não me engano, tá fora de catálogo, mas dá pra achar facilmente nos sebos da vida, inclusive na Amazon. Inclusive está com preço super acessível, na faixa de uns 30 reais. Então, pra quem tem interesse no assunto, recomendo muito esse livro.

Musicalmente falando, eu tô ouvindo Cave In, que é uma banda que eu gosto muito, muito mesmo! Mas eu vou recomendar outra coisa hahaha! Quero recomendar uma banda nacional, apesar deles cantarem em inglês.

É uma banda que tô curtindo muito, chamada Nothing In Between. É uma banda de Piracicaba, Limeira, ali daquela região. São os caras que tocavam no Children Of Gaia e no Deeper Than That.

Tem muita melodia do Emo 90 e influência do hardcore e metal desse período também. Eu acho a banda incrível, até o presente momento, de bandas nacionais, pra mim é o melhor trampo desse ano

Artur: E um livro de Spoiler pros novos sons? Algum livro que você tá lendo e que você sabe que está influenciando aí no seu processo.

Hélio: Ah, é difícil, hein? Acho que nada do que tô lendo agora consigo encaixar haha, fica no ar aí. Olha, os dois últimos discos do Institution abordam a questão da reforma agrária, mas de maneiras diferentes. Então, não pretendo me repetir nesse sentido, apesar de que o livro que recomendei trata sobre isso, mas pode deixar que não vamos por aí.

Artur: E quais as redes sociais da banda?

Hélio: Olha, o Facebook eu abandonei, tanto o meu quanto o da banda hahaha. O Instagram é o jeito mais fácil de encontrar a gente. Estamos nas plataformas digitais também, só chegar!

(Lembrando que eles também estão com uma lojinha online)

Artur: Pô, é isso então. Obrigadão, Hélio! 

Ornella: Valeu demais, Hélio! Prazer te conhecer, muito obrigada pelo seu tempo e pelo papo agradável.

Hélio: Pô, o prazer foi meu! Confesso que achei essa participação muito legal, porque foi muito fluído e não foi padronizado. Me diverti muito, foi um bate papo muito bom.

Ornella: Cara, assim que tem que ser, né? Aquele papo que dá vontade de se reunir e tomar uma cerveja! Hahaha. Muito muito muito obrigada, cara! Tamo junto.

Hélio: Sim, bora se unir pra falar mal dos reaças hahaha! Tamo junto, pessoal!

Mais um dia, mais um papo agradabilíssimo. Estamos ficando mal acostumados com convidados tão bacanas! 

E aí, curtiu? Tem alguém que você queira ver aqui nas entrevistas? Conta pra gente!

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