No último dia 07/10, o nosso amigo Matheus Krempel, vocalista e guitarrista do The Bombers, chamou para o show de lançamento do álbum “Alma em Desmanche”, que já saiu em CD mas ainda não está disponível nas plataformas digitais (gostamos dessa estratégia!).

O evento aconteceu aqui em São Paulo no Fenda 315, bar local que é um dos principais pontos de encontro da galera alternativa da cidade. Infelizmente eu não pude ir, mas o Artur, nosso designer e repórter foi e, segundo ele, a casa estava lotada e o show foi uma grande festa! Tinha um pessoal de diversos rolês diferentes, todos estavam animados para ouvir os novos sons da banda.

E no show rolou de tudo: de baladinhas de pop rock até ska com rap improvisado em cima por Jhou Bastos e Jay Bone.

Disse o nosso designer que todos saíram do show com um sorrisão no rosto!

Além do sorriso, quem foi no show ganhou um CD e o Artur me entregou para dar uma escutada e dizer o que eu acho.

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O que me chamou atenção foi a capa do álbum, senti que já tinha visto em algum lugar antes, então pedi para o nosso designer me contar um pouco sobre a capa. Foi isso o que ele me disse:

“Pelo o que eu percebi a capa é uma homenagem ao material da EC Comics, uma editora de revistas em quadrinhos que normalmente contavam histórias de terror, crime e ficção científica.

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Além de ser esse grande ícone da cultura pop americana, essas capas tem um significado especial para quem vem do punk, pois elas também serviram como inspiração para a série Live In a Dive da Fat Wreck Chords, a gravadora do Fat Mike do NOFX e que é a principal da cena Pop Punk e de Hardcore Melódico (que tanto influenciou a sonoridade do The Bombers).

Essa série de álbuns começou em 2001 e consistia de gravações de shows das principais bandas da gravadora, como Lagwagon, Face to Face, No Use For a Name, entre outros. O legal é que algumas versões vinham com uma HQ com alguma história de terror/aventura envolvendo a banda.

Para quem não conhece recomendo demais o Live in a Dive do Strung Out, é o meu favorito (além de ter a capa mais bonita na minha opinião).

Voltando para a arte do álbum do The Bombers, gostei muito que dentro do encarte colocaram ilustrações feitas a partir de colagens usando técnicas digitais com imagens retrô. Achei que combinou muito com os temas abordados nas músicas, então não fica algo solto, tem um porquê para as ilustrações estarem lá.”

Agora vamos às músicas. O álbum começa com A Morte que eles já tinham soltado antes:

Nela já dá pra sentir o baixo mais pesado e a guitarra mais rápida. Acho legal que o álbum está todo em português e também notei que usam e abusam de refrãos pensados para as pessoas cantarem junto nos shows.

Deixa Ser é para escutar quando você está de coração partido ou se sentido deixado de lado, mas quer se sentir melhor. Ela é alegre o suficiente para animar seu dia e a letra é um grande f*da-se para quem chateou você.

Ardendo em Chamas é outra música que já tinham soltado antes no Youtube. Nela senti um pouco mais de influência de Legião Urbana, principalmente na letra e melodia do vocal.

Uma outra tendência que notei no álbum é que temos mais baladinhas, numa pegada bem Rock Alternativo/Pop Rock, como em O Louco, A Roda e O Fantasma

Uma música que chama bastante a atenção é Mudamento, um ska bem alegre (rola até um Dub de Marcozi dos Santos!) falando sobre mudanças na vida e como temos pouco controle sobre tudo isso, então apenas relaxe e dance um pouquinho 😉.

Não Vencer Não é Perder puxa o álbum para um hardcore melódico dos anos 90, me lembrou muito Holly Tree, que fez muito sucesso aqui em São Paulo nos anos 90/começo dos anos 2000. Já a décima música, O Abismo, me lembrou outra banda clássica: Os Excluídos.

Na A Culpa temos um material mais emocional, nela falam mais sobre conflitos e como conviver com eles, já que também é algo que é natural em qualquer convivência. Depois dela entra Como Ser Feliz, uma música bem mais rápida sobre como muitas vezes nos atropelamos e ficamos retraídos para fazer parte de grupos ou turmas. Nas palavras de Matheus “Como ser feliz, se não se permitir errar?”

O álbum encerra com Lua Vazia, com participação especial de Letty. É um ótimo som e deixa o pessoal com um gostinho de “quero mais”.

É um álbum que deixa claro que estamos falando de uma banda madura, as letras abordam temas complexos como conflitos em relacionamentos pessoais, nossa necessidade de tentar controlar tudo, mudanças na vida, sensações de fracasso, como tentar se manter bem em uma realidade hostil e críticas a movimentos políticos criados por publicitários.

Recomendo para quem cresceu ouvindo hardcore dos anos 90 e também para quem gosta de bandas de Rock como Legião Urbana e até Foo Fighters. Não conseguimos achar a data que sai nas plataformas digitais, mas é aquilo, né? É só levantar e ir no show dos caras, apoie sua cena local 😁.

Esse é nosso primeiro Review, o que acharam? Mandem sugestões de outros reviews! Lembrando que nós entrevistamos o Matheus Krempel e você pode ler aqui no nosso site.

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